14 de mar 2025
Desesperança e dor: famílias buscam por desaparecidos em centro de exterminio em Jalisco
O coletivo Guerreros Buscadores de Jalisco encontrou 493 objetos em Teuchitlán. O rancho era um centro de recrutamento e extermínio do Cartel Jalisco Nova Geração. Famílias buscam pistas entre os objetos, refletindo a dor de 124 mil desaparecidos. Testemunhos indicam violências extremas, como torturas e assassinatos em massa. Teuchitlán se torna símbolo do terror nacional, com impacto em várias regiões do país.
Foto:Reprodução
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O coletivo Guerreros Buscadores de Jalisco está mobilizando famílias em busca de desaparecidos após a descoberta de 493 objetos no rancho Izaguirre, em Teuchitlán, Jalisco. Este local, conhecido como um centro de recrutamento e exterminio do Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), traz à tona o sofrimento de muitas famílias que buscam por seus entes queridos. Comentários emocionantes nas redes sociais refletem a dor e a esperança de encontrar pistas sobre os desaparecidos, como uma mãe que escreveu: “O que eu daria para que meu filho estivesse ali. Ele desapareceu há 14 anos”.
Teuchitlán, que abriga o maior número de desaparecidos no México, com cerca de 15 mil pessoas, se tornou um símbolo do terror nacional. Entre os objetos encontrados, estão restos humanos, fornos crematórios e pertences pessoais. Danny, que reconheceu a camisa de seu irmão Carlos Jonathan, sequestrado em fevereiro de 2021, relata que as autoridades informaram que a comparação de DNA pode levar anos. A situação é desesperadora, com uma taxa de impunidade de 95% no país, onde muitos casos não são investigados.
A busca por desaparecidos se estende a outros estados, como Nayarit, onde Alejandrina Romano procura por seu filho Pablo Joaquín, desaparecido em março de 2023. Ela acredita que ele foi recrutado à força pelo CJNG e está angustiada com a possibilidade de encontrá-lo entre os objetos do rancho. A falta de apoio das autoridades, que não aceitam investigar seu caso, intensifica seu desespero. “Ninguém está averiguando nada e eu estou desesperada”, resume.
Muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras para viajar até Guadalajara e verificar se seus entes queridos estão entre os objetos encontrados. França Nazarety Borrayo, que busca por seus irmãos, e Maria del Refugio Montoya, que procura por sua filha, relatam as dificuldades enfrentadas. Maria, que ainda paga um empréstimo para buscar sua filha, descreve a última conversa que teve com ela antes de desaparecer. O caso de Teuchitlán se torna um ponto de esperança e desespero, enquanto as famílias continuam a lutar por respostas em meio a um cenário de dor e incerteza.
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