Polícia Federal desmantela quadrilha que traficou 227 menores para os EUA

A Polícia Federal lançou, nesta sexta-feira, a Operação El Paso, visando desmantelar uma organização criminosa que contrabandeou 227 menores para os Estados Unidos. Entre 2018 e 2024, mais de 700 brasileiros foram vítimas do grupo, que é investigado por tráfico humano. A operação ocorreu em Ipatinga e Bugre, em Minas Gerais, com a execução de sete mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens dos suspeitos, avaliados em mais de R$ 62 milhões.

Os criminosos organizavam viagens para grupos inteiros, oferecendo transporte, passagens e hospedagem até a travessia para os EUA. Os principais suspeitos, um pai e seu filho, foram identificados após denúncias de que enviavam brasileiros para a América Central, facilitando a entrada ilegal nos Estados Unidos. O custo do serviço variava entre US$ 15 mil e US$ 21 mil por pessoa, com aceitação de veículos como pagamento. Para isso, alugaram um galpão para armazenar os automóveis e criaram uma empresa para vendê-los, sustentando um estilo de vida luxuoso.

Além disso, o grupo mantinha contatos com autoridades mexicanas para evitar deportações. A Polícia Federal informou que os envolvidos poderão ser processados por contrabando de migrantes e por "promover ou auxiliar o envio de crianças ou adolescentes para o exterior em detrimento das formalidades legais". Um brasileiro, Flavio Alexandra Alves, de 41 anos, foi preso nos Estados Unidos, acusado de coordenar a organização criminosa e de lavar dinheiro.

Alves foi detido em Worcester, Massachusetts, e é acusado de "conspirar para trazer estrangeiros e transportar estrangeiros dentro dos Estados Unidos com o propósito de ganho comercial ou financeiro". A pena para essa acusação pode chegar a 10 anos de prisão, além de três anos de liberdade supervisionada e uma multa de até US$ 250.000. Após cumprir a pena, ele também pode enfrentar procedimentos de deportação.