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01 de ago 2025

Doença óssea fatal elimina dinossauros pescoçudos no interior paulista

Estudo revela osteomielite em fósseis de saurópodes, indicando infecções letais na região de Ibirá, São Paulo, há 80 milhões de anos

Fósseis com marcas de doença óssea eram de saurópodes, da mesma ordem do Tambatitanis (Foto: Palaeotaku/Wikimedia Commons)

Fósseis com marcas de doença óssea eram de saurópodes, da mesma ordem do Tambatitanis (Foto: Palaeotaku/Wikimedia Commons)

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Um novo estudo revelou a presença de osteomielite em fósseis de seis saurópodes do Cretáceo, encontrados em Ibirá, São Paulo. Pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca), com apoio da FAPESP, analisaram ossos de cerca de 80 milhões de anos e identificaram marcas da doença, que pode ser causada por diversos patógenos.

As lesões observadas nos fósseis não apresentavam sinais de regeneração, indicando que os animais provavelmente morreram enquanto a infecção ainda estava ativa. Tito Aureliano, primeiro autor do estudo, destaca que a região parece ter favorecido a disseminação de infecções ósseas letais entre os saurópodes. O estudo foi publicado na revista The Anatomical Record.

Análise das Lesões

Os pesquisadores encontraram diferentes tipos de lesões, incluindo protrusões circulares e marcas em formato de elipse. Essas características sugerem uma vascularização anormal, diferenciando-as de outras patologias, como câncer ósseo. A análise foi realizada com o uso de microscópios eletrônicos e estereomicroscópios, permitindo uma observação detalhada das estruturas ósseas.

Além disso, três novas manifestações de osteomielite foram identificadas, que podem ter se conectado a músculos e pele, resultando em possíveis infecções expostas. Embora um dos ossos analisados tenha sido identificado como uma costela, a maioria pertencia à parte inferior dos membros de saurópodes, variando de espécies pequenas a gigantes.

Contexto Paleontológico

A região onde os fósseis foram encontrados, conhecida como Formação São José do Rio Preto, apresentava um ambiente árido com poças de água parada, o que poderia ter favorecido a proliferação de patógenos. Aureliano sugere que a água consumida pelos dinossauros, além de possíveis vetores como mosquitos, pode ter contribuído para a disseminação das infecções.

Este estudo se soma a um trabalho anterior que descreveu o primeiro caso de infecção óssea em um pequeno saurópode da mesma região, reforçando a ideia de que a área era propensa a doenças infecciosas. As descobertas podem ser valiosas para futuras pesquisas em paleontologia e arqueologia, ao oferecer insights sobre as manifestações de doenças em fósseis.

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