04 de ago 2025
Cobertura vacinal infantil avança, mas desafios ainda persistem no Brasil
Estudo revela que hesitação vacinal e pandemia dificultam cumprimento das metas da OMS para vacinação infantil até 2030

Criança olha para uma enfermeira que se prepara para aplicar uma vacina (Foto: USP Imagens)
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Um estudo publicado na revista The Lancet analisa a vacinação infantil global entre 1980 e 2023, destacando os desafios para cumprir as metas da Agenda de Imunização 2030 da Organização Mundial da Saúde (OMS). A pesquisa, que envolveu especialistas de 204 países, fornece dados atualizados sobre a cobertura vacinal de rotina infantil e propõe estratégias para aumentar essa cobertura.
A Agenda de Imunização 2030 visa atingir 90% de cobertura para vacinas essenciais e reduzir pela metade o número de crianças sem vacinação. O estudo, coordenado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), ressalta a importância de adaptar as estratégias de imunização às necessidades locais, especialmente em regiões como a África Subsaariana e o sul da Ásia.
O professor doutor Leonardo Roever, da Universidade de São Paulo (USP), destaca que a hesitação vacinal e a desinformação são fatores que dificultam o progresso. O Brasil, que já foi um dos países com mais crianças sem vacinação, ocupa atualmente a 17ª posição na lista de nações com crianças em situação de "dose zero". Essa condição é atribuída a sistemas de saúde fragilizados e à falta de recursos financeiros.
Desafios e Oportunidades
A pesquisa revela que, apesar de avanços na cobertura vacinal, os ganhos diminuíram entre 2010 e 2019, e a pandemia de covid-19 exacerbou esses desafios. As taxas de vacinação caíram em 2020 e ainda não retornaram aos níveis anteriores. As vacinas mais afetadas foram as contra a poliomielite e a tríplice bacteriana.
O estudo conclui que, para alcançar as metas da OMS, é crucial implementar novas estratégias de imunização que considerem as particularidades de cada região. A colaboração internacional e o fortalecimento dos sistemas de saúde são fundamentais para garantir que nenhuma criança fique para trás na luta contra doenças preveníveis.
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