Ciência

05 de ago 2025

Variações na glicose revelam gravidade do dano após infarto cardíaco

Estudo aponta que variabilidade glicêmica pode ser crucial para prever desfechos em infartos agudos do miocárdio, aumentando a urgência de intervenções específicas

Pesquisa avaliou 244 indivíduos atendidos no Hospital São Paulo (Foto: Brgfx/Freepik)

Pesquisa avaliou 244 indivíduos atendidos no Hospital São Paulo (Foto: Brgfx/Freepik)

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Níveis elevados de glicose podem indicar pior prognóstico em infartos

Um estudo recente realizado por pesquisadores brasileiros revelou que a variabilidade glicêmica, especialmente o delta glicêmico, pode ser um importante biomarcador prognóstico para pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio. A pesquisa, que envolveu 244 pacientes atendidos no Hospital São Paulo, mostrou que níveis altos de glicose estão associados a piores desfechos cardíacos.

Os cientistas descobriram que quanto maior o delta glicêmico, que é a diferença entre a glicemia de admissão e a média estimada dos últimos meses, maior o dano ao miocárdio. Essa relação se manteve independentemente da presença de diabetes. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), que indica a força de contração do coração, também foi afetada negativamente por esses níveis elevados de glicose.

Importância do Delta Glicêmico

O estudo, que contou com a participação de instituições como a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Dante Pazzanese, utilizou ressonância nuclear magnética para avaliar os danos cardíacos 30 dias após o infarto. Os resultados foram publicados na revista Diabetology & Metabolic Syndrome. O cardiologista Henrique Tria Bianco, um dos autores do estudo, destacou que esses achados são inéditos e abrem novas possibilidades para entender a fisiopatologia do infarto.

Os pesquisadores enfatizam que um exame simples, como a hemoglobina glicada, pode fornecer informações valiosas sobre o prognóstico do paciente. Pacientes com um delta glicêmico elevado podem necessitar de intervenções específicas, como o uso de betabloqueadores, para melhorar seu quadro clínico.

Contexto do Infarto no Brasil

O infarto agudo do miocárdio é uma das principais causas de morte no Brasil, com estimativas de 300 mil a 400 mil casos anuais. O tratamento padrão inclui angioplastia e fibrinólise, com a necessidade de atendimento rápido para reduzir o risco de morte. O estudo analisou pacientes que receberam tratamento em até seis horas após o início dos sintomas, revelando que um delta glicêmico mais alto está associado a infartos de maior tamanho e menor FEVE.

Os pesquisadores planejam validar esses resultados em outras populações e investigar as vias moleculares envolvidas, buscando intervenções que possam melhorar os desfechos em grupos de alto risco.

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