- Berlin tem cerca de uma dúzia de cafés instalados em cemitérios; o Finovo foi criado em 2006 por Bernd Boßmann, ligado à comunidade LGBTQ+ e à crise da AIDS, oferecendo espaço de convivência além do luto.
- Nos últimos anos surgiram locais como Friedhofscafé, 21 Gramm e Mars, aproveitando imóveis ociosos e crematórios desativados para combinar vida, memória e convivência.
- O café Lisbeth fica em um antigo salão paroquial, cercado por cerejeiras; a proprietária Chiara de Martin Topranin destacou a experiência de atender clientes com energia mais empática.
- O 21 Gramm, em Neukölln, se apresenta como um oásis em meio ao caos urbano, e o Mars, instalado em um crematório antigo, atrai quem busca um ambiente único.
- A tendência reflete mudanças nas práticas de luto na Alemanha, com a cremação ganhando espaço; os cafés unem espaço público e privado, promovendo reflexão, amizade e vida.
Cafés em cemitérios têm se tornado uma tendência crescente em Berlim, oferecendo espaços de convivência em meio à memória. Com cerca de uma dúzia de estabelecimentos, como o Finovo, fundado em 2006, esses locais não são apenas para luto, mas também para socialização. O movimento, que começou ligado à comunidade LGBTQ+ e à crise da AIDS, agora se expande por novos espaços, como o Friedhofscafé e o Mars.
Nos últimos anos, a popularidade desses cafés aumentou, aproveitando imóveis ociosos e crematórios desativados. O Friedhofscafé, 21 Gramm e Mars são exemplos de como esses estabelecimentos se tornaram ilhas de paz em áreas movimentadas. O café Lisbeth, por exemplo, está localizado em um antigo salão paroquial, cercado por cerejeiras. Sua proprietária, Chiara de Martin Topranin, comentou sobre a experiência única de atender clientes que entram com uma energia diferente, mais empática.
Transformação e Relevância
O crescimento dos cafés em cemitérios reflete uma mudança nas práticas de luto e um desejo de conexão com a vida, mesmo em locais de descanso. Bernd Boßmann, considerado o pai do movimento, abriu o Finovo em Schöneberg, reconhecendo a necessidade de um espaço que unisse o luto e a convivência. Ele observou que, enquanto os cemitérios são importantes para os mortos, também precisam ser acolhedores para os vivos.
Estabelecimentos como o 21 Gramm, em Neukölln, se autodenominam “oásis” em meio ao caos urbano. “É mais sobre vida do que morte,” afirmou uma frequentadora, ressaltando a atmosfera vibrante e a conexão entre nascimento e morte. O Mars, localizado em um antigo crematório, também atrai visitantes em busca de um ambiente único e acolhedor.
Uma Nova Perspectiva
A interação entre a vida cotidiana e a morte tem sido bem recebida pelos frequentadores. Muitos encontram conforto na proximidade com os cemitérios, como relatou um cliente do Café Friedberg, que descreveu a experiência de observar um funeral enquanto desfrutava de seu café. Essa nova abordagem ao luto e à memória reflete as mudanças sociais na Alemanha, onde a cremação está se tornando cada vez mais comum.
Os cafés em cemitérios de Berlim representam uma fusão entre espaço público e privado, proporcionando um lugar para reflexão, amizade e, acima de tudo, vida.