15 de ago 2025
Carne rastreada: como garantir que o boi não contribuiu para o desmatamento
Pecuaristas no Pará buscam apoio governamental para implementar rastreamento de gado, diante da crescente pressão internacional por carne sustentável

No rastro do boi — Foto: Bárbara Miranda, Bruna Azevedo, Bianca Batista e Luisa Rivas | Arte g1
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O Brasil enfrenta desafios significativos na rastreabilidade da carne bovina, especialmente em relação à origem do gado proveniente de áreas desmatadas ilegalmente. Apesar de iniciativas como a Carne Legal, que surgiu após denúncias de organizações como o Greenpeace, ainda não há uma política pública robusta que assegure a transparência nesse setor.
Recentemente, um projeto-piloto no Pará tem se destacado ao utilizar chips para rastrear bois. Essa tecnologia, que permite monitorar o percurso da vida do animal, enfrenta dificuldades financeiras. Pecuaristas, como Roberto Paulinelli, proprietário do Frigorífico Rio Maria, pedem apoio do governo federal para viabilizar a implementação dessa solução. Paulinelli destaca a urgência da questão, afirmando que a sobrevivência do negócio depende da adoção de práticas sustentáveis.
A pressão internacional por carne livre de desmatamento tem aumentado, com a União Europeia implementando uma nova legislação que proíbe a importação de produtos oriundos de áreas desmatadas. Essa mudança reforça a necessidade de um sistema de rastreamento eficaz, que vá além da verificação dos fornecedores diretos, abrangendo todas as etapas da pecuária, desde a criação até a engorda.
Embora a maioria dos frigoríficos já realize algum tipo de monitoramento, a eficácia é limitada. O gargalo se encontra nas etapas iniciais da produção, onde muitos bois podem ser criados em áreas ilegais antes de serem vendidos para fazendas que cumprem a legislação. A implementação de tecnologias como o chip de rastreamento pode ser uma solução viável, mas depende de um suporte governamental que ainda está por vir.
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