CotidianoMeio Ambiente

15 de ago 2025

Fósseis de caranguejo de 85 milhões de anos são encontrados na Antártica por brasileiros

Descoberta na Antártica revela que o caranguejo Sabellidromites santamarta altera a compreensão sobre a evolução dos Dynomenidae e a vida marinha no Cretáceo

PALEOANTAR/ Museu Nacional/UFRJ/Ilustração: Maurílio Oliveira/Divulgação (Foto: PALEOANTAR/ Museu Nacional/UFRJ/Divulgação)

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Um caranguejo fossilizado, denominado Sabellidromites santamarta, foi descoberto por cientistas brasileiros na Ilha James Ross, na Antártica, durante a 41ª Operação Antártica Brasileira. O fóssil, que viveu há cerca de 85 milhões de anos, reescreve a história evolutiva dos crustáceos, especialmente do grupo Dynomenidae, sugerindo uma distribuição geográfica mais ampla do que se pensava.

O fóssil foi encontrado em uma expedição que durou 32 dias, enfrentando condições adversas, como ventos de até 70 km/h. Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) participaram da pesquisa, que contou com apoio logístico da Marinha do Brasil. Daniel Lima, paleontólogo e primeiro autor do estudo, destacou a preservação do caranguejo, que inclui partes raras como o ventre e as patas traseiras.

Importância da Descoberta

A descoberta do S. santamarta é significativa, pois pertence a um grupo considerado relicto, com apenas 22 espécies viventes atualmente. O fóssil sugere que, durante o Cretáceo, a Antártica não era o deserto gelado que conhecemos hoje, mas sim uma região com clima quente e úmido, repleta de vida marinha. Lima explica que a geografia da época, com Gondwana e Laurásia, permitia conexões marinhas que facilitavam a troca de espécies entre os hemisférios.

Além disso, a pesquisa levou a uma revisão na classificação do gênero Sabellidromites, indicando que o caranguejo pertence à família Dynomenidae, o que altera a compreensão sobre a evolução e a distribuição desses crustáceos. A logística para a coleta do fóssil foi complexa, com a equipe viajando de avião, navio e helicóptero até a remota Ilha James Ross.

Questões Futuras

A descoberta levanta novas questões sobre a diversidade de espécies que poderiam ter habitado a Antártica e as rotas marinhas que possibilitaram sua chegada. Os pesquisadores pretendem comparar o novo fóssil com espécies do Hemisfério Norte e investigar mais a fundo a evolução do grupo Dynomenidae, ampliando o entendimento sobre a história da vida marinha na Terra.

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