17 de ago 2025
Brasil enfrenta risco de colapso com 3 mil lixões ainda em operação
Colapso em aterro em Goiás revela falhas na gestão de resíduos e expõe riscos ambientais em diversas cidades do Brasil

Deslizamento de terra na montanha suja em Goiás: área equivalente a oito piscinas olímpicas (Foto: Divulgação)
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O Brasil, signatário de compromissos internacionais de sustentabilidade, enfrenta sérios problemas com a gestão de resíduos. Recentemente, um colapso em um aterro em Goiás contaminou o Córrego Santa Bárbara, resultando no fechamento da empresa responsável e na identificação de doze aterros em situação irreversível em Goiânia.
O incidente ocorreu no Aterro Sanitário Ouro Verde, que operava sem licenciamento e em área de preservação. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Goiás proibiu o uso da água do córrego devido à presença de espuma, indicativa de metais pesados. A empresa foi multada em 37,5 milhões de reais e teve suas contas bloqueadas em 10 milhões de reais.
A situação dos lixões no Brasil é alarmante. Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos, há cerca de 3 mil lixões a céu aberto no país. A lei que proíbe esses locais foi promulgada em 2010, mas os municípios não se adequaram. A maioria dos lixões não possui sistema de drenagem eficiente, aumentando o risco de colapsos e deslizamentos, conforme alerta a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente.
Além de Goiás, outras cidades enfrentam problemas semelhantes. Em Manaus, o monturo municipal opera em condições precárias, enquanto em Teresina, uma estação de resíduos é alvo de denúncias após a morte de um menino de 12 anos. Os municípios alegam falta de recursos e burocracia, mas a realidade é que muitos aterros são erroneamente classificados como controlados.
O Brasil produz 80 milhões de toneladas de lixo anualmente, reciclando apenas 8% desse total. Em comparação, a Alemanha recicla 60% e ainda exporta resíduos. Recentemente, o país proibiu a importação de resíduos para incentivar a coleta seletiva, embora algumas exceções permaneçam. A gestão de resíduos continua sendo um desafio que não traz votos, mas que demanda atenção urgente.
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