- A cidade do México enfrenta uma crise de alagamentos devido a uma temporada de chuvas recorde.
- Em julho, a capital registrou 298 milímetros de precipitação, o dobro da média histórica, afetando áreas como o aeroporto internacional.
- A infraestrutura de drenagem não suportou o volume de água, resultando em ruas alagadas e veículos submersos.
- O crescimento populacional e a extração excessiva de água subterrânea agravam a situação, com áreas críticas apresentando até 30 centímetros de afundamento por ano.
- Especialistas pedem uma reavaliação das estratégias de proteção civil para lidar com as novas condições climáticas.
A cidade do México enfrenta uma crise de alagamentos exacerbada por uma temporada de chuvas recorde. Em julho, a capital registrou 298 mm de precipitação, o dobro da média histórica, afetando áreas críticas, como o aeroporto internacional. A infraestrutura de drenagem, já vulnerável, não suportou o volume de água, resultando em ruas transformadas em rios e veículos submersos.
O crescimento populacional e a extração excessiva de água subterrânea intensificam o problema. Darío Solano Rojas, cientista da UNAM, destaca que a cidade é o caso mais extremo de subsistência no mundo, devido ao solo de lagos que a sustenta. Desde a época pré-colombiana, a cidade já lidava com inundações, um fenômeno que se intensifica com as mudanças climáticas.
A análise de Emmanuel Zúñiga, pesquisador da UNAM, revela que a área centro-leste da cidade, onde a subsistência é mais acentuada, também é a mais afetada por inundações. O Atlas de Riscos da cidade categoriza a subsistência em três níveis, com áreas críticas apresentando até 30 cm de afundamento por ano. A situação se agrava em regiões que antes eram leitos de lagos, onde a água se acumula naturalmente.
Após as chuvas de junho, que inundaram 143 locais, o cenário se repetiu em agosto, com o aeroporto suspendendo operações devido a inundações. A infraestrutura da cidade, especialmente no centro, é incapaz de lidar com a intensidade das chuvas, levando a um colapso do sistema de drenagem em áreas como Nezahualcóyotl.
Os especialistas pedem uma reavaliação das estratégias de proteção civil, uma vez que as respostas atuais não são adequadas para os novos padrões climáticos. Solano enfatiza que a cidade precisa se adaptar a condições extremas, já que a tendência é de aumento tanto de precipitações quanto de secas.