- O estado do Pará se prepara para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro.
- A Amazônia será o foco das discussões sobre a crise climática, enfatizando a necessidade de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
- Clara Pandolfo, química e defensora do manejo sustentável, é lembrada por suas contribuições, como o uso de satélites para monitorar o desmatamento.
- Nos anos 1970, Clara formalizou um convênio com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para controle do desmatamento na Amazônia.
- Seu legado inclui a promoção de políticas que respeitam a biodiversidade e a formação de profissionais na área de química na Escola de Química Superior do Pará.
Amazônia em Foco na COP30
O estado do Pará se prepara para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro. A Amazônia será o centro das discussões sobre a crise climática, refletindo a urgência da preservação ambiental e do desenvolvimento sustentável.
A importância da Amazônia não é um tema recente. Clara Pandolfo, uma paraense nascida em 1912, foi uma das pioneiras na defesa do manejo sustentável na região. Clara foi a primeira mulher a se formar em química no Norte do Brasil e destacou-se por suas contribuições ao monitoramento do desmatamento e à promoção de políticas que integrassem a preservação ambiental à geração de renda local.
Nos anos 1970, Clara propôs o uso de satélites para monitorar o desmatamento, uma ideia inovadora para a época. Ela formalizou um convênio com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), permitindo o controle moderno do desmatamento na Amazônia. Suas ideias sobre sustentabilidade foram fundamentais e influenciaram legislações posteriores, como a Lei de Gestão de Florestas Públicas de 2006.
Legado de Clara Pandolfo
Clara também foi uma figura ativa no movimento sufragista brasileiro, lutando pelos direitos das mulheres. Sua trajetória profissional incluiu cargos de liderança na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), onde apresentou projetos de desenvolvimento que respeitavam a biodiversidade local.
Além de suas contribuições científicas, Clara foi uma educadora comprometida. Ela implantou laboratórios de ponta na Escola de Química Superior do Pará, promovendo a formação de profissionais que pudessem atuar na Amazônia de forma responsável. Sua visão era clara: os amazônidas deveriam se apropriar de sua região e desenvolver suas potencialidades.
Clara Pandolfo faleceu em 2009, mas seu legado continua a inspirar novas gerações. Às vésperas da COP30, suas ideias sobre desenvolvimento sustentável e manejo florestal permanecem relevantes, mostrando que é possível construir uma Amazônia mais equânime e respeitosa com suas comunidades.