- A palmeira-furacão, extinta na natureza desde setembro de 2024, pode ser reintroduzida.
- Exemplares cultivados no Jardim Botânico do Rio de Janeiro estão frutificando, permitindo a produção de sementes.
- A última planta da espécie morreu em Round Island após uma tempestade.
- O governo das Ilhas Maurício, em parceria com organizações de conservação, cultiva 18 jovens palmeiras, mas há preocupação com a falta de diversidade genética.
- O coordenador de Coleções Vivas do Jardim, Marcus Nadruz, destaca a importância da conservação ex situ para a sobrevivência da espécie.
Palmeira-furacão pode ser reintroduzida na natureza a partir de cultivo no Brasil
Extinta na natureza desde setembro de 2024, a palmeira-furacão (Dictyosperma album var. conjugatum) pode ter uma nova chance de sobrevivência. Exemplares cultivados no Jardim Botânico do Rio de Janeiro estão frutificando, possibilitando a produção de sementes para reintrodução da espécie em seu habitat original nas Ilhas Maurício.
A última palmeira-furacão do mundo, que estava em Round Island, morreu após uma tempestade. Com nove metros de altura, ela era uma atração local. Antes dela, outro exemplar havia sobrevivido até 1994, quando foi derrubado pelo ciclone Hollanda. Desde então, esforços de conservação têm sido realizados para evitar a extinção definitiva da espécie.
Atualmente, o governo mauriciano, em parceria com a Mauritian Wildlife Foundation e o Durrell Wildlife Conservation Trust, conseguiu cultivar 18 jovens palmeiras em Ile aux Aigrettes, uma ilha próxima a Round Island. No entanto, a falta de diversidade genética entre essas mudas é uma preocupação, pois todas derivam da mesma matriz.
Importância do cultivo no Brasil
Os exemplares do Jardim Botânico do Rio são cruciais para a conservação da palmeira-furacão. Marcus Nadruz, coordenador de Coleções Vivas do Jardim, destaca que a conservação ex situ (fora do ambiente natural) traz esperança para a espécie. Os quatro exemplares cultivados no Brasil estão produzindo flores e frutos, o que abre a possibilidade de fornecer sementes para futuros planos de reintrodução.
A palmeira-furacão, também conhecida como palmeira-princesa, é reconhecida pelo seu palmito verde-acinzentado, que não é comestível. A expectativa é que, com os esforços de cultivo e conservação, a espécie possa retornar ao seu habitat natural nas próximas décadas.