- Relatórios do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alertam sobre a dificuldade de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.
- O “Relatório do Overshoot”, a ser divulgado em outubro, indicará que a humanidade pode ter perdido a chance de evitar essa ultrapassagem.
- Especialistas afirmam que a janela para manter o aquecimento abaixo desse limite está se fechando rapidamente.
- A entrega das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) de mais de 160 países será crucial para a discussão na Conferência das Partes (COP30).
- A Semana do Clima da ONU destaca a importância da transição para energias renováveis na África, que possui grande potencial solar, mas recebe poucos investimentos.
Uma série de relatórios críticos sobre a crise climática será divulgada em outubro, antes da COP30, revelando o fracasso global em conter o aquecimento. O mais alarmante, o “Relatório do Overshoot” do Pnuma, indicará que a humanidade pode ter perdido a chance de evitar a ultrapassagem do limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. Para evitar que essa ultrapassagem se torne permanente, será necessário um esforço urgente para cortar emissões.
Nos últimos 15 anos, os relatórios do Pnuma têm destacado a crescente disparidade entre as políticas climáticas e as necessidades reais para estabilizar o clima. A janela para manter o aquecimento abaixo de 1,5°C está se fechando rapidamente, e agora, segundo especialistas, ela pode já estar fechada. O relatório da UNFCCC, que sintetiza as metas climáticas dos países, também deve confirmar que as novas NDCs não são suficientes para garantir a manutenção desse limite.
A entrega das NDCs de mais de 160 países, incluindo grandes emissores como China, Índia e União Europeia, será crucial. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, já manifestou a intenção de discutir essas metas nos próximos meses, embora isso ainda não esteja na agenda formal da conferência. Além disso, outros relatórios abordarão financiamento para países em desenvolvimento e a adaptação às mudanças climáticas.
Desafios e Oportunidades
A Semana do Clima da ONU, que termina em Adis Abeba, destaca a importância da transição para energias renováveis na África, que possui 60% do potencial solar global, mas recebe apenas 2% dos investimentos em energia. Essa transição poderia gerar 2,2 milhões de novos empregos no continente. A presença de comunidades locais em eventos climáticos também está ganhando força, buscando transformar sua participação simbólica em poder decisório.
A Cúpula do Clima da África, que começará na segunda-feira, reunirá 45 chefes de Estado e abordará a urgência de ações climáticas. A expectativa é que líderes como Luiz Inácio Lula da Silva desempenhem um papel fundamental na mobilização de compromissos mais ambiciosos, especialmente em relação à União Europeia, que enfrenta desafios internos para cumprir suas metas de redução de emissões.
