- A Europa enfrenta um aumento na frequência e intensidade de incêndios florestais, agravados pela mudança climática e falta de coordenação nos esforços de combate.
- Em agosto, incêndios na Galícia, Espanha, queimaram mais de 300 quilômetros quadrados.
- A prefeita de Larouco, Patricia Lamela, mobilizou voluntários para combater o fogo em meio a temperaturas acima de 40 °C.
- Mais de 1.900 incêndios foram registrados na Espanha e Portugal, totalizando 9.860 quilômetros quadrados queimados.
- A falta de coordenação entre agências e a fragmentação da propriedade da terra dificultam a resposta eficaz aos incêndios.
A Europa enfrenta um aumento alarmante na frequência e intensidade de incêndios florestais, impulsionados pela mudança climática e pela falta de coordenação nos esforços de combate. Em agosto, a Galícia, na Espanha, foi severamente afetada, com incêndios devastadores queimando mais de 300 km². A prefeita de Larouco, Patricia Lamela, recebeu a notícia de um incêndio em sua região em 13 de agosto, enquanto lidava com temperaturas superiores a 40 °C.
A vegetação seca, resultado de uma primavera chuvosa, se tornou combustível para as chamas. Lamela mobilizou a comunidade local, convocando voluntários para ajudar no combate ao fogo, enquanto as autoridades regionais estavam sobrecarregadas com incêndios em outras áreas. O incêndio em Larouco se tornou o maior da Galícia, refletindo uma crise que se espalhou por toda a Espanha e Portugal, onde mais de 1.900 incêndios foram registrados, queimando uma área total de 9.860 km².
Desafios na Coordenação
A mudança climática intensifica as condições para incêndios florestais, com a Europa se tornando o continente que mais aquece no mundo. A falta de coordenação entre agências e a fragmentação da propriedade da terra dificultam o combate eficaz aos incêndios. Em Larouco, os voluntários enfrentaram dias de trabalho exaustivo, com recursos limitados e apoio intermitente das autoridades.
A ativação do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia foi uma resposta inédita, mas a coordenação ainda foi insuficiente. Disputas políticas também atrasaram a resposta a incêndios, como o que ocorreu em um depósito de resíduos plásticos em Rúa, que queimou por mais de duas semanas devido a desentendimentos entre partidos.
Impactos e Medidas Futuras
A situação na Galícia é emblemática de um problema maior na Europa, onde a propriedade privada das florestas e a falta de manutenção contribuem para a gravidade dos incêndios. Imagens de satélite mostraram que áreas bem cuidadas, como vinhedos, conseguiram conter o avanço das chamas, enquanto terrenos abandonados foram devastados.
Na França, a região de Aude também enfrentou incêndios severos, com áreas queimadas maiores que Paris. A mudança climática está tornando esses incêndios mais frequentes e intensos, com previsões indicando que eventos extremos ocorrerão com mais frequência nas próximas décadas. A Grécia, por sua vez, está investindo em medidas preventivas, como aquisição de equipamentos e limpeza de florestas, para mitigar os impactos futuros.