- Em 2024, a temperatura média global ultrapassou 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, marcando um ponto crítico na crise climática.
- Todos os continentes, exceto Oceania e Antártida, registraram recordes de calor, afetando especialmente países da América Latina, como México e Chile.
- O aumento de gases do efeito estufa intensificou fenômenos climáticos extremos, como enchentes e incêndios.
- A crise climática impacta desproporcionalmente as mulheres, que enfrentam desafios adicionais, como a escassez de água e riscos aumentados durante desastres naturais.
- A desigualdade de gênero persiste na governança climática, com apenas 30% das lideranças em negociações climáticas sendo mulheres.
Em 2024, a temperatura média global ultrapassou 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, marcando um ponto crítico na crise climática. Todos os continentes, exceto Oceania e Antártida, registraram recordes de calor, afetando especialmente países da América Latina, como México e Chile. O aumento de gases do efeito estufa, como CO2 e metano, intensificou fenômenos climáticos extremos, incluindo enchentes e incêndios.
O termo “ebulição global”, popularizado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, em 2023, reflete a gravidade da situação. Em setembro, a temperatura média mundial atingiu 16,38°C, superando em 0,5°C o recorde anterior. Regiões enfrentam secas severas, enquanto outras sofrem com chuvas intensas. A exposição prolongada ao sol se torna um risco, especialmente para grupos vulneráveis, como idosos e crianças.
Impactos Desiguais da Crise Climática
A crise climática não afeta todos de maneira igual. As mulheres, frequentemente responsáveis pelo cuidado em lares, enfrentam desafios adicionais. A escassez de água impacta diretamente suas rotinas, exigindo que elas busquem recursos em locais distantes, o que pode comprometer sua dignidade e segurança. Em lares sem acesso à água potável, 80% das responsabilidades recaem sobre elas, resultando em 16 milhões de horas de trabalho diário em 25 países da África Subsaariana.
Durante desastres naturais, as mulheres e crianças enfrentam riscos aumentados, como violência e abandono. A resposta estatal muitas vezes ignora essas vulnerabilidades, destacando a necessidade de estratégias que ofereçam proteção adequada. Organizações da sociedade civil, como a Casa Violeta, têm surgido para preencher essas lacunas, oferecendo apoio a mulheres e crianças afetadas por desastres.
Desafios e Oportunidades
Apesar das mudanças climáticas irreversíveis, ainda há espaço para ações que minimizem os danos. O secretário-geral da ONU enfatizou que “acabaram-se as desculpas” para a inação. A Agenda 2030 da ONU, que inclui 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, destaca a importância da igualdade de gênero e da ação climática. No entanto, a desigualdade de gênero persiste na governança climática, com apenas 30% das lideranças em negociações climáticas sendo mulheres.
A crise climática, portanto, não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão de justiça social. As mulheres estão na linha de frente da luta contra as mudanças climáticas, enfrentando desafios únicos que exigem atenção e ação imediata.