- Cientistas utilizam a técnica iDNA para monitorar a fauna em uma fazenda em recuperação ambiental em São Paulo.
- A técnica analisa o conteúdo estomacal de moscas para identificar espécies como onças-pardas e antas.
- Osvaldo Stella, Chief Sustainability Officer da Rizoma, explica que as moscas ingerem DNA de animais presentes na região.
- A análise ajuda a monitorar projetos de restauração e avaliar o impacto de práticas agrícolas regenerativas.
- A fazenda faz parte de uma iniciativa do Grupo HEINEKEN, em parceria com a Rizoma Agro e o Instituto de Pesquisa BioCGen.
Em uma fazenda em recuperação ambiental no interior de São Paulo, cientistas estão utilizando uma técnica inovadora chamada iDNA para monitorar a fauna local, identificando espécies como onças-pardas e antas sem a necessidade de observação direta. O método consiste na análise do conteúdo estomacal de moscas, que ingerem fragmentos de DNA de animais presentes na região.
Osvaldo Stella, Chief Sustainability Officer da Rizoma, explica que as moscas se alimentam de diversos materiais, como sangue e carcaças, permitindo que o DNA dos animais seja coletado. A partir dessa análise, é possível identificar quais espécies habitam a área do projeto. Os resultados iniciais indicam que espécies emblemáticas da fauna brasileira ainda estão presentes em fragmentos de floresta próximos a áreas agrícolas em restauração.
Monitoramento e Avaliação
A técnica iDNA é parte de uma tendência crescente no uso de ferramentas moleculares para o levantamento e monitoramento da biodiversidade. Pedro Galetti, CEO do Instituto BioCGen, destaca a eficiência dessas tecnologias na conservação da fauna e seus serviços ecossistêmicos. A expectativa é que a análise do conteúdo estomacal das moscas não apenas ajude no monitoramento de projetos de restauração, mas também na avaliação do impacto de práticas agrícolas regenerativas.
No entanto, os cientistas ainda enfrentam limitações, pois a técnica permite apenas a detecção da presença das espécies, sem estimar sua abundância. Para complementar os dados, são utilizadas armadilhas fotográficas, que fornecem informações qualitativas sobre as populações locais. O próximo passo envolve a repetição dos experimentos anualmente, em diferentes estações do ano, para capturar a dinâmica das populações.
A fazenda é parte de uma iniciativa agroflorestal do Grupo HEINEKEN, em colaboração com a Rizoma Agro e o Instituto de Pesquisa BioCGen. Essa parceria visa promover práticas sustentáveis e restaurar ecossistemas, contribuindo para a conservação da biodiversidade na região.