- Ciclones em Moçambique em 2019 deixaram milhares de pessoas desabrigadas e sem meios de subsistência.
- Promessas de ajuda financeira de países poluidores não foram cumpridas.
- A segunda Cúpula Africana sobre o Clima ocorre de 8 a 10 de setembro em Adis Abeba, Etiópia.
- O evento busca reposicionar a África como protagonista em soluções climáticas, com foco em financiamento justo e reparações históricas.
- A União Africana declarou 2025 como o “Ano da Justiça para os Africanos e Afrodescendentes por meio das Reparações”, visando abordar injustiças históricas.
Ciclones devastadores em Moçambique em 2019 deixaram milhares de pessoas desabrigadas e sem meios de subsistência, enquanto promessas de ajuda financeira de países poluidores não se concretizaram. A situação se agrava com a exploração de recursos naturais na República Democrática do Congo, onde crianças trabalham em condições precárias para extrair cobalto, essencial para a tecnologia dos países desenvolvidos.
De 8 a 10 de setembro, Adis Abeba, na Etiópia, sedia a segunda Cúpula Africana sobre o Clima (ACS2). O evento visa reposicionar a África como protagonista nas soluções climáticas, com o tema “Acelerar Soluções Climáticas Globais: Financiamento para o Desenvolvimento Verde e Resiliente da África”. A União Africana destaca que o continente não deve ser visto apenas como vítima da crise climática, mas também como um espaço de inovação e soluções sustentáveis.
Movimentos sociais e organizações da sociedade civil se mobilizam para garantir que as vozes das comunidades afetadas sejam ouvidas. A primeira cúpula, realizada em Nairóbi, evidenciou a insatisfação dos países africanos com promessas não cumpridas do Norte global. Fundos climáticos frequentemente ficam presos em burocracias ou são condicionados a empréstimos onerosos, enquanto países que menos contribuíram para as emissões de carbono enfrentam os piores efeitos das mudanças climáticas.
Justiça Climática e Reparações
A União Africana declarou 2025 como o “Ano da Justiça para os Africanos e Afrodescendentes por meio das Reparações”. Essa iniciativa busca abordar injustiças históricas, como o colonialismo e o tráfico de escravizados, através de restituições e reconhecimento cultural. O programa da ACS2 reflete essa ambição, com foco em soluções baseadas na natureza e tecnologia, segurança alimentar e financiamento justo.
A cúpula pretende produzir a Declaração de Líderes Africanos de Adis Abeba, além de um “call to action” para a COP30, o G20 e a Assembleia-Geral da ONU. O objetivo é reafirmar a justiça climática como um pilar fundamental para a justiça global, buscando transformar promessas em ações concretas e investimentos estratégicos que reconheçam o valor local.