- O uso de sanções internacionais aumentou desde a Segunda Guerra Mundial, afetando a economia e a colaboração científica entre países.
- As sanções impostas à Rússia e à Coreia do Norte dificultam a coleta de dados climáticos e a pesquisa científica.
- A Rússia, importante para o monitoramento das mudanças climáticas, perdeu acesso a dados de estações de monitoramento, comprometendo a precisão dos modelos climáticos globais.
- Pesquisadores estão redirecionando suas investigações para o Canadá e a Groelândia, resultando em viés nos dados disponíveis.
- A colaboração científica com a Coreia do Norte enfrenta barreiras financeiras e logísticas, mas algumas pesquisas, como a do vulcão Monte Paektu, continuam com apoio internacional.
Desde a Segunda Guerra Mundial, o uso de sanções internacionais tem aumentado, impactando não apenas economias, mas também a colaboração científica entre países. As restrições impostas à Rússia e à Coreia do Norte têm gerado desafios significativos na coleta de dados climáticos e na pesquisa científica.
Pesquisadores enfrentam barreiras burocráticas e mudanças de foco em suas investigações devido às sanções. A Rússia, sendo o quarto maior emissor de dióxido de carbono e possuindo mais da metade da costa do Ártico, é crucial para o monitoramento das mudanças climáticas. No entanto, a falta de acesso a dados de estações de monitoramento russas compromete a precisão dos modelos climáticos globais.
Impactos nas Pesquisas
As sanções têm levado muitos cientistas a redirecionar suas pesquisas para áreas como Canadá e Groelândia, resultando em viés nos dados disponíveis. Por exemplo, o projeto INTERACT, que monitora o Ártico, perdeu acesso a dados de 21 das 94 estações na região. Além disso, colaborações em campos como astronomia e física de partículas também foram severamente afetadas, com a CERN suspendendo parcerias com instituições russas.
A situação na Coreia do Norte é igualmente complexa. Pesquisadores que colaboram com cientistas norte-coreanos enfrentam dificuldades devido às sanções, que dificultam transações financeiras e a exportação de equipamentos. Apesar disso, algumas iniciativas de pesquisa, como o estudo do vulcão Monte Paektu, conseguiram continuar com o apoio de organizações como a Royal Society do Reino Unido.
Desafios e Oportunidades
A interação entre ciência e diplomacia é fundamental para manter colaborações em tempos de sanções. Especialistas sugerem que pesquisadores, academias e governos devem trabalhar juntos para garantir que o impacto das sanções na ciência seja considerado. A experiência com a Coreia do Norte mostra que, com o suporte adequado, é possível manter esforços científicos, mesmo em meio a restrições severas.
As sanções, embora visem objetivos políticos, têm consequências diretas na capacidade de monitorar e entender fenômenos globais, como as mudanças climáticas. A comunidade científica global deve encontrar formas de navegar por essas barreiras para garantir que a pesquisa continue a avançar, mesmo em um cenário geopolítico fragmentado.