- Cientistas na China dataram diretamente um ovo de dinossauro fossilizado, revelando que ele tem cerca de 85,9 milhões de anos.
- A pesquisa foi publicada na revista Frontiers in Earth Science e ocorreu em uma área de nidificação em Shiyan, onde foram encontrados 28 ovos.
- O método inovador utiliza lasers para vaporizar fragmentos da casca do ovo, permitindo a análise da taxa de decaimento de urânio em relação ao chumbo.
- Xing Cheng, geólogo da Academia Chinesa de Ciências, destacou que esta é a primeira datação isotópica in situ de cascas de ovos de dinossauro na China e possivelmente no mundo.
- A nova técnica pode reduzir incertezas na datação de fósseis, embora Susannah Maidment, paleontóloga do Museu de História Natural de Londres, tenha alertado sobre processos que podem alterar a composição dos materiais analisados.
Cientistas na China realizaram a primeira datação direta de um ovo de dinossauro fossilizado, revelando que ele possui cerca de 85,9 milhões de anos. A pesquisa, publicada na revista *Frontiers in Earth Science*, foi conduzida em uma área de nidificação em Shiyan, onde foram encontrados 28 ovos.
Tradicionalmente, a idade dos ovos era estimada indiretamente, utilizando camadas de rochas ou cinzas vulcânicas, o que gerava incertezas. Para determinar a idade diretamente, os pesquisadores utilizaram um método inovador que envolve lasers para vaporizar fragmentos de casca de ovo. O vapor resultante contém átomos de chumbo e urânio, permitindo a análise da taxa de decaimento do urânio em relação ao chumbo, o que fornece uma estimativa precisa da idade do fóssil.
Xing Cheng, geólogo da Academia Chinesa de Ciências, afirmou que esta é a primeira vez que idades isotópicas in situ foram relatadas para cascas de ovos de dinossauro, tanto na China quanto possivelmente em todo o mundo. O método já foi utilizado anteriormente para datar ossos e dentes fossilizados, além de rochas e minerais.
A nova técnica promete impactar significativamente a paleontologia, segundo Guntupalli Prasad, paleontólogo da Universidade de Delhi. Ele destacou que isso pode eliminar as incertezas associadas às idades de muitos fósseis. No entanto, Susannah Maidment, paleontóloga do Museu de História Natural de Londres, alertou que o estudo não considerou processos que ocorrem entre o sepultamento e a fossilização, como a diagenese, que pode alterar a composição original dos materiais analisados.
Os autores da pesquisa afirmaram que a área não apresentou atividade vulcânica que pudesse perturbar os ovos e que as cascas estavam bem preservadas, sugerindo pouca alteração após a deposição. Eles planejam realizar mais estudos para validar suas descobertas.