- Um estudo internacional publicado na revista Peer Community Journal em 10 de outubro destaca a biodiversidade marinha das ilhas brasileiras.
- A pesquisa revela que 12% das espécies de peixes recifais são endêmicas de ilhas como Fernando de Noronha e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
- Os pesquisadores analisaram mais de 7 mil espécies em 87 ilhas ao redor do mundo e introduziram o conceito de “endemismo insular-provincial”.
- Aproximadamente 40% das espécies endêmicas se enquadram nessa nova categoria, apresentando distribuição limitada e vulnerabilidade às mudanças climáticas.
- O estudo alerta para o risco de extinção de espécies, como a Azurina eupalama, e enfatiza a necessidade de políticas públicas para a conservação da biodiversidade marinha brasileira.
Um novo estudo internacional, publicado na revista Peer Community Journal em 10 de outubro, destaca a importância das ilhas brasileiras para a biodiversidade marinha. A pesquisa revela que 12% das espécies de peixes recifais são endêmicas dessas ilhas, como Fernando de Noronha e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
Os pesquisadores analisaram mais de 7 mil espécies em 87 ilhas ao redor do mundo, introduzindo o conceito de “endemismo insular-provincial”. Esse conceito considera espécies que habitam um conjunto de ilhas em uma mesma região biogeográfica, mas não colonizam áreas continentais próximas. Hudson Pinheiro, do Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar), afirma que as ilhas brasileiras são laboratórios naturais da evolução das espécies.
Cerca de 40% das espécies endêmicas se enquadram nessa nova categoria, apresentando distribuição extremamente limitada, o que as torna vulneráveis às mudanças climáticas. O estudo alerta para o risco de extinção de espécies, como a Azurina eupalama, que desapareceu após um evento de El Niño nos anos 80.
Juan Pablo Quimbayo, coautor da pesquisa, destaca que pequenas alterações nos ecossistemas oceânicos podem gerar grandes consequências, provocando desequilíbrios ecológicos. A gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Marion Silva, ressalta a importância desse conhecimento para a formulação de políticas públicas eficazes de conservação. A pesquisa reforça a urgência de proteger a biodiversidade marinha brasileira, essencial para a saúde dos oceanos e para o futuro sustentável do planeta.