- Pesquisadores da Universidade de Manchester identificaram micro e nanoplásticos na atmosfera, que podem viajar longas distâncias e impactar a saúde humana.
- O estudo, publicado na revista Current Pollution Reports, analisou quase cem pesquisas e mostrou que essas partículas podem se deslocar milhares de quilômetros em poucos dias.
- A quantidade de plástico liberada no ar anualmente varia entre 800 toneladas e quase 9 milhões de toneladas, dificultando a avaliação da exposição humana.
- Além dos riscos à saúde, como doenças cardiovasculares e partos prematuros, os microplásticos afetam a agricultura, reduzindo a fotossíntese de plantas e algas em até 12%.
- O professor Zhonghua Zheng, autor do estudo, destaca a necessidade de uma rede internacional de monitoramento para quantificar essa poluição.
Pesquisadores da Universidade de Manchester alertam que micro e nanoplásticos estão presentes na atmosfera, podendo viajar longas distâncias e impactar a saúde humana. O estudo, publicado na revista Current Pollution Reports, analisou quase cem pesquisas sobre essas partículas, revelando que elas podem se deslocar milhares de quilômetros em poucos dias, atravessando fronteiras e atingindo regiões remotas.
Essas partículas, menores que 5 milímetros e 1 micrômetro, são transportadas pelo vento e depositadas em solos, rios e mares, retornando à atmosfera em ciclos contínuos. A quantidade de plástico liberada no ar anualmente varia entre 800 toneladas e quase 9 milhões de toneladas, dificultando a avaliação precisa da exposição humana. O professor Zhonghua Zheng, autor principal do estudo, destaca a necessidade urgente de uma rede internacional de monitoramento para quantificar essa poluição.
Além dos riscos à saúde, como doenças cardiovasculares e partos prematuros, os microplásticos também afetam a agricultura. Estudos indicam que eles podem reduzir a fotossíntese de plantas e algas em até 12%, resultando em perdas significativas na produção agrícola. A contaminação atmosférica se transfere para a cadeia alimentar, com vegetais absorvendo partículas diretamente do ar.
Impactos e Soluções
A poluição plástica não é apenas um problema dos oceanos; ela está presente no ar que respiramos. Pesquisas recentes identificaram microplásticos em órgãos humanos, como pulmões e fígado. A exposição ocorre por meio da inalação e ingestão de alimentos contaminados. O Fórum Econômico Mundial considera a poluição plástica uma das dez maiores ameaças globais até 2025.
Iniciativas políticas estão em andamento, como o acordo da ONU de 2022 para combater a poluição plástica, assinado por 175 países. A União Europeia já proibiu a venda de glitter plástico, e os Estados Unidos baniram microesferas em cosméticos. No campo tecnológico, pesquisas exploram métodos para remover microplásticos, incluindo microrrobôs e processos de biodegradação.
Embora soluções tecnológicas sejam promissoras, especialistas enfatizam que a redução da produção e do consumo de plástico continua sendo a abordagem mais eficaz. Recomendações práticas incluem optar por roupas de fibras naturais e reduzir o uso de embalagens descartáveis. O estudo da Universidade de Manchester evidencia que a poluição plástica é uma questão complexa que exige ação global e dados mais precisos para proteger a saúde pública e o meio ambiente.