- A Europa enfrenta ondas de calor, secas prolongadas e queimadas recordes.
- O continente não conseguiu definir sua próxima meta climática antes da Conferência das Partes (COP30).
- Essa situação demonstra um descompasso entre discurso e ação em relação à emergência climática.
- O Acordo de Paris, assinado em 2015, visa limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2°C.
- A transição para uma economia de baixo carbono deve ser acelerada e incluir países em desenvolvimento e comunidades vulneráveis.
A Europa enfrenta ondas de calor, secas prolongadas e queimadas recordes, enquanto se vê incapaz de definir sua próxima meta climática antes da COP30. Essa situação reflete um descompasso entre o discurso e a ação em relação à emergência climática, evidenciando a urgência de implementação e financiamento eficazes.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabeleceu a meta de limitar o aumento da temperatura média global a bem abaixo de 2°C e buscar esforços para contê-lo em 1,5°C. Contudo, dez anos depois, a implementação das metas climáticas ainda está muito aquém do necessário. O que está em jogo não é apenas a definição de metas, mas a credibilidade do regime climático global.
A hesitação dos governos em adotar compromissos mais ambiciosos revela uma lacuna perigosa. Sem coordenação e metas claras, a agenda global perde a capacidade de induzir transformações necessárias. Além disso, essa inação transmite uma mensagem de que a emergência climática pode esperar, o que é um erro crítico.
Desafios e Oportunidades
A transição para uma economia de baixo carbono deve ser acelerada, mas também precisa ser justa e inclusiva. Países em desenvolvimento e comunidades vulneráveis são desproporcionalmente afetados pela crise climática e devem ser parte central das soluções. A cada ano que passa, os custos dos desastres climáticos aumentam, drenando recursos públicos e privados.
Por outro lado, há uma oportunidade crescente para desenvolver mecanismos de financiamento climático inovadores. A agenda de blended finance, a expansão de mercados de carbono regulados e o fortalecimento de fundos verdes multilaterais são caminhos que podem ajudar a viabilizar essa transição.
A urgência é clara: se a União Europeia, tradicionalmente vista como líder em políticas ambientais, não consegue estabelecer uma meta robusta, isso envia um sinal de fraqueza ao resto do mundo. A COP30 deve ser um marco para alinhar ambição, implementação e financiamento, evitando que o Acordo de Paris se torne apenas uma carta de intenções. A emergência climática não espera por negociações intermináveis; o futuro depende de ações concretas agora.