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Alpargata do século XIII é descoberta em ninho de quebrantahuesos na Espanha

Pesquisadores descobrem nidos históricos do quebrantahuesos na Espanha, revelando hábitos da espécie e contribuindo para sua conservação

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Conjunto de objetos artesanais: honda de esparto, flecha de ballesta, alpargata de esparto, peça de cesteria e possível máscara de couro e tela (Foto: Reprodução)
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  • O quebrantahuesos, abutre em perigo de extinção, desapareceu do sul da Espanha entre 70 e 130 anos atrás devido à caça e envenenamento.
  • Pesquisadores da Universidade de Granada descobriram nidos históricos da espécie, que contêm artefatos humanos e restos de dieta.
  • O biólogo Sergio Couto encontrou nidos com itens como uma alpargata do século XIII e fragmentos de pele do século XVIII, além de milhares de ossos.
  • A pesquisa analisou doze nidos abandonados e utilizou datação por carbono-14 para entender a história da espécie.
  • Os pesquisadores planejam realizar análises químicas para monitorar a saúde dos ecossistemas e contribuir para a conservação do quebrantahuesos.

O quebrantahuesos, uma espécie de abutre em perigo de extinção, desapareceu do sul da Espanha entre 70 e 130 anos atrás, devido à caça e envenenamento. Recentemente, pesquisadores da Universidade de Granada descobriram nidos históricos da espécie, contendo artefatos humanos e restos de dieta, que oferecem novas perspectivas sobre seus hábitos e etnografia.

Durante a busca por nidos esquecidos, o biólogo Sergio Couto encontrou um verdadeiro “museu de história natural”. Os nidos, construídos há séculos, continham itens como uma alpargata de esparto do século XIII, fragmentos de pele e cesteria do século XVIII, além de milhares de ossos que fazem parte da dieta do quebrantahuesos. O estudo, publicado na revista *Ecology*, analisou 12 nidos abandonados e utilizou datação por carbono-14 para entender melhor a história da espécie.

Os quebrantahuesos acumulam objetos ao longo das gerações, que utilizam para construir seus nidos e proteger os filhotes. Antoni Margalida, principal autor do estudo, destaca que esse comportamento é único entre as aves necrófagas, que geralmente não armazenam materiais. Os nidos, localizados em áreas protegidas, mantêm os restos em boas condições, permitindo uma análise detalhada dos hábitos de vida da espécie.

A pesquisa revelou um total de 2.483 peças, sendo 2.117 restos de ossos e 43 de cáscaras de ovo. A maioria dos itens está relacionada à dieta e reprodução da espécie, enquanto uma parte menor é composta por materiais acumulados durante a construção do ninho. A arqueozoologa Ana Belén Marín ressalta a importância da quantidade e variedade dos objetos encontrados, que vão além do que normalmente se espera em escavações.

A busca por nidos históricos começou em 2006, quando Couto se envolveu em um projeto de reintrodução da espécie na região. Ele consultou registros de naturalistas do século XVIII e XIX e conversou com moradores locais para localizar os nidos. O trabalho exigiu esforços significativos, incluindo escaladas em áreas de difícil acesso, onde os nidos podem ter até seis metros de diâmetro.

Os pesquisadores também planejam realizar análises químicas dos excrementos e das cáscaras de ovo para entender a evolução dos contaminantes na região. O quebrantahuesos é considerado um bioindicador valioso para monitorar a saúde dos ecossistemas, contribuindo para iniciativas de conservação e reintrodução da espécie na natureza.

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