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Petrobras e Vale são responsabilizadas por aumento de ondas de calor extremas

Estudo aponta que 180 grandes emissores, como Petrobras e Vale, são responsáveis por ondas de calor e podem enfrentar responsabilização legal

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Escavadeira opera em mina de carvão na Índia (Foto: Reprodução)
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  • Um estudo publicado na revista Nature quantifica a contribuição de 180 grandes emissores de gases de efeito estufa, incluindo Petrobras e Vale, para ondas de calor neste século.
  • A pesquisa analisou 213 ondas de calor entre 2000 e 2023, revelando que os “carbon majors” são responsáveis por 50% do aumento da intensidade desses eventos desde a era pré-industrial.
  • As emissões de gases, especialmente pela queima de combustíveis fósseis, tornaram as ondas de calor 200 vezes mais prováveis na última década.
  • As 14 maiores companhias de petróleo, incluindo a Petrobras, emitiram carbono suficiente para causar 50 ondas de calor isoladamente.
  • O estudo sugere uma possível responsabilização legal das empresas por danos ambientais, com a Corte Internacional de Justiça reconhecendo a mudança climática como uma “ameaça urgente”.

Um novo estudo publicado na revista Nature quantifica a contribuição de 180 grandes emissores de gases de efeito estufa, incluindo as brasileiras Petrobras e Vale, para a ocorrência de ondas de calor neste século. A pesquisa sugere que essas empresas podem ser responsabilizadas legalmente por danos ambientais.

Os pesquisadores analisaram 213 ondas de calor registradas entre 2000 e 2023, revelando que os chamados “carbon majors” são responsáveis por 50% do aumento da intensidade desses eventos desde a era pré-industrial. O estudo destaca que as emissões de gases, especialmente pela queima de combustíveis fósseis, têm tornado esses fenômenos climáticos 200 vezes mais prováveis na última década.

A pesquisa mostra que, dependendo do emissor, a contribuição para as ondas de calor pode ser significativa. Por exemplo, as 14 maiores companhias de petróleo do mundo, incluindo a Petrobras, emitiram carbono suficiente para provocar 50 ondas de calor isoladamente. A Vale, que reconheceu a importância do estudo, afirmou ter desinvestido na produção de carvão em 2022, buscando reduzir suas emissões.

Impactos das Ondas de Calor

As ondas de calor são responsáveis por cerca de 500 mil mortes anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde. Neste ano, eventos extremos elevaram as temperaturas em locais como a Lapônia, na Finlândia, e contribuíram para o maior incêndio florestal da história da Europa, devastando mais de um milhão de hectares. No Brasil, uma onda de calor em 2010 resultou em 38 mortes em cidades como Nova Lima e Rio de Janeiro.

O estudo abre caminho para uma responsabilização mais clara das empresas em relação aos danos ambientais. A Corte Internacional de Justiça, em julho, declarou que a mudança climática é uma “ameaça urgente” e que os Estados têm a obrigação de proteger o sistema climático. Além disso, um tribunal na Alemanha estabeleceu que empresas podem ser obrigadas a arcar com custos proporcionais às suas emissões.

Novas Perspectivas

A pesquisa destaca que a ciência climática está evoluindo, permitindo rastrear a contribuição individual de emissores para eventos extremos. Sonia Seneviratne, professora do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, enfatiza que essa capacidade de quantificação pode ser crucial para estabelecer responsabilidades. O estudo revela que as ondas de calor tiveram um aumento médio de 1,4°C entre 2000 e 2009, 1,7°C de 2009 a 2019 e 2,2°C de 2020 a 2023.

A Petrobras não se posicionou sobre o estudo, enquanto a Vale reafirmou seu compromisso com a descarbonização, destacando a redução de 27% nas emissões desde 2017. A pesquisa representa um avanço significativo na compreensão do impacto das emissões de gases de efeito estufa e suas consequências para o clima global.

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