- A canonização de Carlo Acutis ocorreu em 7 de setembro de 2023, pelo Papa Leão XIV.
- Acutis, conhecido por usar a internet para promover a fé, criou um site sobre milagres eucarísticos.
- A Igreja Católica está cada vez mais aberta ao uso de tecnologias digitais, incluindo chatbots que simulam interações religiosas.
- Estudos indicam que muitos desses chatbots não são geridos por instituições religiosas, levantando questões sobre a autenticidade das mensagens.
- Igrejas na Suíça e na Alemanha têm utilizado chatbots em rituais, mas a profundidade espiritual desses serviços gerados por inteligência artificial é questionada.
A canonização de Carlo Acutis, ocorrida em 7 de setembro pelo Papa Leão XIV, simboliza a crescente aceitação da Igreja Católica em relação ao mundo digital. Acutis, que faleceu em 2006 aos 15 anos, ficou conhecido por utilizar a internet para promover a fé, criando um site que documentava milagres eucarísticos.
A figura de Acutis, apelidado de “influenciador de Deus”, destaca como novas tecnologias estão sendo integradas à prática religiosa. Além de seu legado, a Igreja enfrenta desafios contemporâneos, como o uso de chatbots que simulam interações com figuras religiosas, incluindo Jesus Cristo. Esses robôs têm gerado debates sobre a autenticidade e a espiritualidade nas práticas religiosas atuais.
Estudos, como o realizado pelo filósofo Anné Verhoef, revelam que muitos desses chatbots não são desenvolvidos ou endossados por instituições religiosas. Quatro dos cinco analisados são geridos por empresas privadas, levantando preocupações sobre a veracidade de suas mensagens. Verhoef alerta que a possibilidade de abuso é alta, pois usuários podem ser levados a seguir instruções de um chatbot acreditando que ele é divino.
Adoção de Tecnologias na Religião
A popularidade dos chatbots religiosos está crescendo, com centenas de milhares de usuários. Em experimentos, igrejas têm utilizado essa tecnologia de maneiras inovadoras. Um exemplo é uma paróquia em Lucerna, na Suíça, que instalou um chatbot em sua cabine de confissão para responder a perguntas teológicas. Em Nuremberg, na Alemanha, um serviço religioso foi gerado e conduzido por um chatbot, sendo bem recebido pelos participantes.
Embora a tecnologia possa facilitar algumas funções religiosas, Verhoef questiona a profundidade espiritual de sermões gerados por inteligência artificial. A discussão sobre o uso de IA não se limita ao cristianismo; outras religiões, como o hinduísmo e o budismo, também estão incorporando automação em seus rituais, com templos na Índia utilizando braços robóticos para realizar cerimônias tradicionais.
A integração de tecnologia nas práticas religiosas continua a evoluir, refletindo um mundo em transformação e a busca por novas formas de conexão espiritual.