- Pesquisadores da Universidade do Colorado Boulder criaram um cristal temporal visível a olho nu, utilizando cristais líquidos.
- O estudo foi publicado na revista Nature Materials em 4 de setembro.
- Os cristais líquidos apresentam padrões de movimento contínuos, que não dependem de forças externas.
- A pesquisa revela que a ordem cristalina temporal é identificável em sistemas de matéria macroscópica, o que pode levar a novas aplicações.
- A interação entre as moléculas gera ondulações visíveis através de um microscópio que filtra luz polarizada, formando listras escuras e brilhantes.
Pesquisadores da Universidade do Colorado Boulder anunciaram a criação de um cristal temporal visível a olho nu, utilizando cristais líquidos. O estudo, publicado na revista *Nature Materials* em 4 de setembro, revela que esses cristais apresentam padrões de movimento contínuos, independentes de forças externas.
Os cristais temporais são uma forma de matéria que exibe padrões repetitivos ao longo do tempo, semelhante à estrutura dos cristais comuns. A equipe de pesquisa utilizou moléculas em forma de bastão, que possuem características entre líquido e sólido. Ao iluminar os cristais líquidos, os cientistas geraram ondulações que se mantiveram por horas, criando um movimento rítmico que não se alterou mesmo com mudanças nas condições externas.
Ivan Smalyukh, físico da Universidade do Colorado Boulder e líder do estudo, expressou surpresa ao observar que a ordem cristalina temporal pode ser facilmente identificada em sistemas de matéria macroscópica. Essa descoberta abre novas possibilidades para entender fenômenos complexos e pode ter aplicações em dispositivos anti-falsificação.
O conceito de cristal temporal foi introduzido por Frank Wilczek em 2012, inicialmente considerado inviável. Embora uma equipe tenha demonstrado matematicamente que a versão original era impossível, outras formas de cristais temporais foram posteriormente identificadas. A nova abordagem com cristais líquidos representa um avanço significativo, permitindo a observação de comportamentos que antes eram restritos a escalas microscópicas.
A pesquisa destaca que a interação entre as moléculas do cristal líquido gera um efeito dominó, resultando em formações estáveis que se comportam como partículas. Essa dinâmica é visível através de um microscópio que filtra apenas a luz polarizada, revelando as ondulações do cristal temporal como uma série de listras escuras e brilhantes.
