- A Amazônia enfrenta uma grave crise ambiental, com um aumento de 4.321% na área destinada à agricultura nas últimas quatro décadas.
- Um relatório do MapBiomas revela que a região perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa, representando uma redução de 13% do seu território.
- A área agrícola cresceu de 180 mil hectares para 7,9 milhões, enquanto as pastagens aumentaram de 12,3 milhões para 56,1 milhões de hectares.
- A maior parte da área agrícola é ocupada pela soja, que representa 74,4% da área, com 5,9 milhões de hectares em 2024.
- O desmatamento continua alarmante, com 88% ocorrendo em áreas de vegetação primária, exigindo atenção urgente para evitar consequências irreversíveis.
A Amazônia enfrenta uma crise ambiental alarmante, com um relatório do MapBiomas revelando que a área destinada à agricultura cresceu 4.321% nas últimas quatro décadas. O estudo, que analisa imagens de satélite entre 1985 e 2024, indica que a região perdeu 52 milhões de hectares de vegetação nativa, o que representa uma redução de 13% do seu território.
A área agrícola aumentou de 180 mil hectares para 7,9 milhões no período, enquanto as pastagens saltaram de 12,3 milhões para 56,1 milhões de hectares, um crescimento de 355%. A silvicultura também teve um aumento significativo, passando de 3,2 mil hectares para 352 mil hectares. O pesquisador Bruno Ferreira, do MapBiomas, alerta que a Amazônia está se aproximando do ponto de não retorno, onde a floresta não consegue mais se sustentar.
Impactos da Antropização
Os dados mostram que 83% da área modificada pelo homem ocorreu entre 1985 e 2024, evidenciando a recente antropização da Amazônia. Além disso, a superfície coberta com água e vegetação alagável diminuiu em 2,6 milhões de hectares. A última década foi marcada por oito dos dez anos mais secos registrados, resultando em áreas úmidas que totalizavam 56,9 milhões de hectares em 2023.
A soja é a principal cultura, ocupando 74,4% da área agrícola, com 5,9 milhões de hectares em 2024. A maior parte dessa área foi convertida após 2008, ano da moratória da soja. No entanto, a conversão direta de florestas para soja caiu 68% desde então, com a expansão ocorrendo principalmente em áreas já desmatadas.
Desmatamento e Regeneração
Rondônia destaca-se como o estado com a maior conversão de vegetação nativa em pastagens, que aumentaram de 7% para 37% em quarenta anos. A região, que inclui o Acre e o Amazonas, responde por 14% da perda líquida de vegetação nativa da Amazônia, com a maior parte ocorrendo entre 2015 e 2024.
Em 2024, apenas 2% da vegetação nativa era secundária, ou seja, em processo de regeneração. O desmatamento, no entanto, continua a ser alarmante, com 88% do total ocorrendo em áreas de vegetação primária. A situação exige atenção urgente para evitar consequências irreversíveis para o bioma amazônico.