- O Brasil se prepara para sediar a Conferência das Partes (COP30) em Belém, marcada para novembro.
- Críticas surgem sobre a organização do evento, incluindo escassez de hospedagem acessível e a ausência dos Estados Unidos.
- Delegados enfrentam dificuldades para garantir acomodações, com dois terços ainda sem reservas e diárias chegando a US$ 600.
- O governo brasileiro anunciou medidas emergenciais, como o uso de navios de cruzeiro e a transformação de escolas em alojamentos.
- O país também enfrenta pressão sobre sua política ambiental, autorizando novas perfurações de petróleo, o que gera críticas de ativistas.
O Brasil, que se posiciona como líder em questões ambientais entre nações em desenvolvimento, enfrenta desafios logísticos e críticas à organização da COP30, marcada para Belém em novembro. A poucos meses do evento, surgem preocupações sobre a escassez de hospedagem acessível e a ausência dos Estados Unidos, maior poluidor histórico.
Delegados relatam dificuldades para garantir acomodações na cidade-sede. Dois terços dos países ainda não conseguiram reservar quartos, e os preços dispararam, chegando a US$ 600 a diária. Autoridades brasileiras afirmam que há 53 mil quartos disponíveis, superando os 50 mil participantes esperados, mas a insegurança se espalha entre as delegações. A diplomata de Palau, Ilana Seid, expressou sua preocupação: Não podemos promover questões cruciais para nossa sobrevivência se nem sequer conseguimos chegar lá.
O negociador brasileiro André Corrêa do Lago classificou a situação como um “mal-entendido” e garantiu que o governo já reservou opções a partir de US$ 100. Medidas emergenciais foram anunciadas, incluindo o uso de navios de cruzeiro e a possibilidade de transformar escolas em alojamentos. O governo também busca apoio de bancos e fundações para subsidiar despesas de delegados de países vulneráveis.
Pressões e Contradições
Além das questões logísticas, o Brasil enfrenta pressão para esclarecer sua política ambiental. Enquanto busca atrair recursos para a preservação da Amazônia e reduziu o desmatamento, o país autorizou novas perfurações de petróleo, gerando críticas de ativistas. Diplomatas alertam que as dificuldades práticas podem comprometer o espírito das negociações. O cientista climático tanzaniano Richard Muyungi questionou como garantir inclusão com tão pouco espaço.
Apesar das críticas, o Brasil reafirma sua decisão de manter Belém como sede da COP30, descartando a possibilidade de transferir parte da conferência para outra cidade. A situação atual acentua o déficit de confiança nas negociações climáticas globais, em um momento em que grandes emissores falham em cortar gases do efeito estufa de forma eficaz.