- O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou uma pesquisa para avaliar os impactos das enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul.
- O levantamento será realizado até 19 de dezembro e abrangerá mais de 400 municípios.
- Este é o primeiro estudo do tipo no Brasil, focando em um evento que afetou 96% dos municípios gaúchos e desalojou mais de 81 mil pessoas.
- A coleta de dados será feita por telefone em mais de 30 mil residências, abordando danos físicos, interrupção de serviços essenciais e saúde mental dos moradores.
- A pesquisa visa fornecer informações para a formulação de políticas públicas voltadas à prevenção e adaptação às mudanças climáticas.
A partir de hoje, 15 de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) inicia uma pesquisa inovadora para avaliar os impactos das enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul. O levantamento, que se estenderá até 19 de dezembro, abrangerá mais de 400 municípios e coletará dados sobre danos e condições socioeconômicas.
Este é o primeiro estudo do tipo no Brasil, focando em um evento climático extremo que afetou 96% dos municípios gaúchos e desalojou mais de 81 mil pessoas. O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, destacou que a pesquisa fornecerá subsídios essenciais para a formulação de políticas públicas voltadas à prevenção e adaptação às mudanças climáticas.
Metodologia da Pesquisa
A coleta de dados será realizada exclusivamente por telefone, abrangendo mais de 30 mil residências em 133 municípios. A abordagem remota, conforme explicou a gerente substituta de Estudos e Pesquisas Sociais do IBGE, Juliana Paiva, é pioneira e visa facilitar o processo de coleta. O estado foi dividido em sete regiões para otimizar o trabalho.
O questionário incluirá questões sobre danos físicos aos lares, interrupção de serviços essenciais, saúde mental dos moradores e acesso a auxílios financeiros. Para participar, os informantes devem ter pelo menos 14 anos e ter estado presente durante as enchentes, que ocorreram entre abril e maio de 2024.
Contexto das Enchentes
As enchentes de 2024 escancaram problemas estruturais no estado, como a ocupação irregular e a falta de infraestrutura adequada. Um estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) revelou que 35% a 40% dos afetados na região metropolitana estavam em áreas com sistemas de proteção falhos. Projeções indicam que eventos climáticos extremos semelhantes podem se tornar cinco vezes mais frequentes nos próximos anos, exigindo uma resposta eficaz das autoridades.
Com a pesquisa do IBGE, espera-se que o conhecimento gerado contribua para um planejamento urbano mais seguro e eficaz, além de auxiliar na recuperação das áreas afetadas.