- As ferrovias completam 200 anos desde a inauguração da Stockton and Darlington Railway e enfrentam um momento decisivo.
- Estudos recentes indicam que revitalizar esse meio de transporte pode ajudar a reduzir emissões de carbono e promover a equidade social.
- A participação das ferrovias no transporte de cargas caiu de 38% em 1980 para 24% em 2017 em países de alta renda.
- O transporte é responsável por cerca de 25% das emissões globais de dióxido de carbono, enquanto o transporte ferroviário emite apenas um quinto das emissões de carros.
- Especialistas sugerem que os governos ampliem os critérios de avaliação de investimentos em ferrovias, considerando impactos sociais e ambientais.
As ferrovias, que completam 200 anos desde a inauguração da Stockton and Darlington Railway, enfrentam um momento crucial. Estudos recentes indicam que a revitalização desse meio de transporte pode ser uma solução sustentável para desafios contemporâneos, como a redução de emissões de carbono e a promoção da equidade social.
Historicamente, as ferrovias desempenharam um papel vital na mobilidade e no desenvolvimento econômico. No entanto, desde a metade do século XX, seu uso tem diminuído em comparação com o transporte rodoviário e aéreo. Um estudo do International Transport Forum revelou que a participação das ferrovias no transporte de cargas caiu de 38% em 1980 para 24% em 2017 em países de alta renda. Na União Europeia, apenas 8,4% dos quilômetros percorridos por passageiros em 2022 foram feitos de trem, enquanto 73% foram de carro.
A necessidade de um renascimento ferroviário é evidente. O transporte é responsável por cerca de 25% das emissões globais de dióxido de carbono, com a maior parte da energia utilizada proveniente de combustíveis fósseis. O transporte ferroviário, por sua vez, emite apenas um quinto das emissões de carros e menos de um quarto das de aviões. Além disso, a eletrificação das ferrovias com energia renovável pode eliminar completamente as emissões diretas.
Investimentos em ferrovias também podem trazer benefícios sociais significativos. Cidades com melhores opções de transporte ferroviário tendem a ser mais habitáveis, reduzindo a necessidade de infraestrutura para veículos e promovendo um ambiente mais inclusivo, especialmente para jovens e idosos. Um estudo no Reino Unido mostrou que áreas rurais afetadas por cortes na rede ferroviária sofreram com a perda de população e empregos.
Para reverter essa tendência, especialistas sugerem que os governos ampliem os critérios de avaliação de investimentos em ferrovias, considerando não apenas a rentabilidade, mas também os impactos sociais e ambientais. A incorporação do setor de transporte nas metas de redução de emissões é crucial, já que apenas um terço dos países atualmente inclui essa área em seus compromissos climáticos.
Com a crescente urbanização e a necessidade de soluções sustentáveis, as ferrovias podem ser a chave para um futuro mais verde e equitativo.