- Pesquisadores da Washington University School of Medicine descobriram um novo mecanismo de termogênese em células de gordura, publicado na revista Nature.
- O estudo revela que os peroxissomos, organelas responsáveis pelo metabolismo de lipídios, desempenham um papel crucial na regulação do equilíbrio energético.
- Ácidos graxos ramificados monometílicos (mmBCFAs) e as enzimas FASN (sintetase de ácidos graxos) e ACOX2 (acil-CoA oxidase 2) são essenciais para a produção de calor.
- Camundongos geneticamente modificados para não expressar a proteína UCP1 não desenvolveram obesidade, indicando a existência de mecanismos termogênicos independentes dessa proteína.
- As descobertas sugerem que intervenções que visem o metabolismo peroxissomal de mmBCFAs podem ser eficazes no tratamento da obesidade e distúrbios metabólicos, embora mais pesquisas sejam necessárias em humanos.
Cientistas identificam novo mecanismo de termogênese em células de gordura
Pesquisadores da Washington University School of Medicine descobriram um novo mecanismo de termogênese que envolve os peroxissomos, organelas celulares responsáveis pelo metabolismo de lipídios. O estudo, publicado na revista *Nature*, revela que ácidos graxos ramificados monometílicos (mmBCFAs) e as enzimas FASN e ACOX2 desempenham papéis cruciais na regulação do equilíbrio energético.
Tradicionalmente, a termogênese em células de gordura marrom e bege é atribuída à proteína UCP1. No entanto, a pesquisa mostra que mecanismos termogênicos independentes de UCP1 também são significativos. Experimentos com camundongos geneticamente modificados para não expressar UCP1 demonstraram que esses animais não necessariamente desenvolvem obesidade, indicando a existência de outras vias metabólicas.
Os cientistas utilizaram análises de expressão gênica, estudos de localização proteica e manipulações genéticas para investigar a função dos peroxissomos na termogênese. Os resultados mostraram que a sintetização de mmBCFAs pela enzima FASN e a atividade da ACOX2 são essenciais para a produção de calor. A ausência dessas enzimas em células de gordura resultou em menor capacidade termogênica e maior predisposição à obesidade e resistência à insulina.
Papel dos Peroxissomos
Os peroxissomos, que proliferam em resposta ao frio, foram identificados como locais onde a FASN se desloca para metabolizar mmBCFAs. Essa interação gera um ciclo de síntese e degradação lipídica que consome ATP e libera calor. O uso de um sensor de temperatura direcionado aos peroxissomos confirmou que a oxidação de mmBCFAs aumenta a temperatura nessas organelas.
Essas descobertas abrem novas possibilidades para o tratamento da obesidade e distúrbios metabólicos, sugerindo que intervenções farmacológicas ou dietéticas que visem o metabolismo peroxissomal de mmBCFAs podem ser eficazes. Contudo, os pesquisadores ressaltam que os resultados ainda precisam ser validados em humanos, e a manipulação dietética de mmBCFAs requer mais investigação.
O estudo destaca a importância dos peroxissomos na termogênese e no metabolismo energético, ampliando a compreensão sobre a regulação do peso corporal e a saúde metabólica.