- A NetZero, startup francesa, anunciou a construção de uma nova fábrica em Campina Verde, Minas Gerais.
- A unidade utilizará cana-de-açúcar como insumo para produzir biocarvão.
- As operações estão previstas para começar em fevereiro, com capacidade de produção de quatro mil toneladas por ano.
- A empresa já possui cinco fábricas em operação no Brasil e em Camarões, utilizando principalmente resíduos de café.
- O biocarvão é uma solução para captura de CO2 e regeneração do solo, e a nova fábrica usará resíduos de cana, abundantes na região.
A startup francesa NetZero anunciou a construção de uma nova fábrica em Campina Verde, Minas Gerais, que utilizará cana-de-açúcar como insumo para a produção de biocarvão. A unidade, que começará a operar em fevereiro, terá capacidade para produzir 4.000 toneladas de biocarvão por ano. Este projeto é uma inovação, pois a empresa já possui cinco fábricas em operação no Brasil e em Camarões, utilizando principalmente resíduos de café.
O biocarvão, produzido a partir da pirólise de resíduos vegetais, é considerado uma solução eficaz para a captura de CO2 e a regeneração do solo. Olivier Reinaud, diretor-geral da NetZero, destacou que a empresa é a primeira a registrar o biocarvão como um meio de melhorar a qualidade do solo junto ao Ministério da Agricultura do Brasil. A nova fábrica utilizará resíduos de cana, que são abundantes na região, contribuindo para a sustentabilidade agrícola.
Vantagens e Desafios
A cana-de-açúcar é a maior fonte agrícola de matéria-prima para o biocarvão, com 700 milhões de toneladas de resíduos gerados anualmente no mundo, sendo o Brasil responsável por quase 40% desse total. No entanto, a transformação em escala industrial enfrenta desafios técnicos devido à umidade e variabilidade dos resíduos. Reinaud afirmou ter desenvolvido uma tecnologia que facilita esse processo.
Os talos de cana serão fornecidos por uma empresa agrícola local, que também utilizará o biocarvão em suas terras. A NetZero, fundada em 2021, busca industrializar o biocarvão em zonas tropicais, abrindo caminho para um crescimento sustentável e a implementação de novos projetos financiados por créditos de carbono.