- A Polícia Civil prendeu 45 pessoas e resgatou mais de 700 animais em uma operação contra o tráfico de animais silvestres, realizada nesta terça-feira.
- A investigação identificou 145 suspeitos envolvidos em uma organização criminosa complexa.
- Os criminosos praticavam atos de crueldade, como transporte de animais em sacos plásticos e manipulação de ovos para forçar o nascimento de filhotes.
- O secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, informou que cerca de 60% dos animais chegavam mortos ao destino.
- A operação contou com a colaboração de várias instituições, incluindo a Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Nesta terça-feira, a Polícia Civil deflagrou uma operação contra o tráfico de animais silvestres, resultando na prisão de 45 pessoas e no resgate de mais de 700 animais. A ação, que ocorreu em várias localidades, expôs uma organização criminosa complexa, com 145 suspeitos identificados.
As investigações revelaram práticas de crueldade, como o transporte de animais em sacos plásticos e a manipulação de ovos para forçar o nascimento de filhotes. O secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, informou que cerca de 60% dos animais chegavam mortos ao destino. O delegado André Prates, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, detalhou que os criminosos utilizavam câmaras luminosas e estufas improvisadas para acelerar o nascimento dos animais.
A promotora do Ministério Público do Rio, Elisa Pittaro, destacou a falta de empatia dos envolvidos, que tratavam os animais como objetos. Ela também criticou a legislação ambiental, considerada permissiva, e afirmou que o MP não apenas processará caçadores e vendedores, mas também os compradores, que poderão ser acusados de receptação.
Estrutura da Organização Criminosa
A investigação revelou que o grupo atuava há décadas, sendo responsável pelo fornecimento de animais para feiras clandestinas. A organização era dividida em núcleos: caçadores, atravessadores e falsificadores. Os caçadores retiravam animais de seus habitats, enquanto os atravessadores transportavam os espécimes para centros urbanos. Um núcleo especializado em primatas se dedicava à captura e venda de macacos.
Os animais eram frequentemente oferecidos em redes sociais, com preços que chegavam a R$ 4.500. Um dos alvos da operação, acusado de homicídios, exemplifica a gravidade da situação. O presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Fernando Jordão, ressaltou que os animais eram provenientes de diversas regiões, incluindo o Parque Nacional da Tijuca.
A operação contou com a colaboração de várias instituições, incluindo a Polícia Federal e o Ibama, e evidenciou a necessidade de conscientização sobre a compra e venda de animais silvestres.