- Cientistas da Universidade de Stanford desenvolveram vírus projetados por inteligência artificial que atacam cepas de *Escherichia coli* (E. coli).
- A pesquisa foi divulgada no preprint bioRxiv em 17 de setembro.
- Os modelos de inteligência artificial, Evo 1 e Evo 2, geraram sequências de DNA, RNA e proteínas a partir do vírus ΦX174.
- Dentre os 302 candidatos viáveis, 16 bacteriófagos mostraram capacidade de infectar E. coli, eliminando três cepas resistentes a antibióticos.
- A pesquisa indica que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta importante no desenvolvimento de novas terapias antibacterianas.
Cientistas desenvolveram vírus projetados por inteligência artificial (IA) que conseguem infectar e eliminar cepas de *Escherichia coli* (E. coli). A pesquisa, liderada por Brian Hie e Samuel King, da Universidade de Stanford, foi divulgada no preprint bioRxiv em 17 de setembro. Essa inovação surge em um contexto de crescente resistência a antibióticos, oferecendo uma nova abordagem para o tratamento de infecções bacterianas.
Os pesquisadores utilizaram modelos de IA, chamados Evo 1 e Evo 2, para analisar e gerar sequências de DNA, RNA e proteínas. A partir de um vírus simples, o ΦX174, com 5.386 nucleotídeos, a IA foi treinada para criar genomas virais com a função específica de atacar cepas de E. coli, especialmente aquelas resistentes a antibióticos. Após avaliar milhares de sequências geradas, foram selecionados 302 candidatos viáveis.
Dentre esses, 16 bacteriófagos projetados pela IA mostraram capacidade de infectar E. coli. Os testes revelaram que combinações desses vírus poderiam eliminar três diferentes cepas da bactéria, algo que o ΦX174 original não conseguia fazer. King destacou que os resultados são promissores, indicando que essa metodologia pode ser uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento de terapias antibacterianas.
A pesquisa representa um avanço significativo na biotecnologia, mostrando que a IA pode ser uma aliada na criação de soluções inovadoras para problemas de saúde pública, como a resistência a antibióticos. O próximo passo, segundo Hie, é explorar a possibilidade de a IA gerar organismos vivos completos, embora isso ainda exija muitos avanços experimentais.