- Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) descobriram que microplásticos prejudicam células-tronco da medula óssea.
- A pesquisa revisou sessenta e dois artigos e mostrou que essas partículas favorecem a formação de osteoclastos, que degradam o tecido ósseo.
- A presença de microplásticos no sangue pode causar inflamações, acelerar o envelhecimento celular e comprometer a saúde óssea.
- Estudos em animais indicam que a exposição a microplásticos pode resultar em deformidades e fraturas patológicas.
- A International Osteoporosis Foundation alerta que a prevalência de fraturas por osteoporose deve aumentar trinta e dois por cento até dois mil e cinquenta, em parte devido ao envelhecimento da população.
A produção de plástico, que supera 400 milhões de toneladas anualmente, gera impactos ambientais significativos e contribui com 1,8 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa. Recentemente, pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) descobriram que microplásticos podem prejudicar a saúde óssea.
Estudos indicam que essas partículas, que se desprendem de diversos produtos, afetam as células-tronco da medula óssea. A pesquisa revisou 62 artigos científicos e revelou que os microplásticos favorecem a formação de osteoclastos, células responsáveis pela degradação do tecido ósseo. Esse processo pode resultar em inflamações e acelerar o envelhecimento celular.
Rodrigo Bueno de Oliveira, coordenador do Laboratório para o Estudo Mineral e Ósseo em Nefrologia, destaca que a presença de microplásticos no sangue pode comprometer a saúde óssea. Os estudos em animais mostraram que a exposição a essas partículas pode levar a deformidades e fraturas patológicas, além de interromper o crescimento esquelético.
Efeitos Adversos
Embora os efeitos dos microplásticos nas propriedades mecânicas dos ossos ainda não sejam totalmente compreendidos, há indícios de que esses materiais podem causar diversas perturbações no metabolismo ósseo. Oliveira ressalta que a pesquisa atual busca entender melhor a relação entre microplásticos e doenças ósseas metabólicas.
A International Osteoporosis Foundation alerta que a prevalência de fraturas por osteoporose deve aumentar 32% até 2050, em parte devido ao envelhecimento da população. A pesquisa em andamento visa gerar evidências sobre como os microplásticos podem ser uma causa ambiental controlável para o aumento das fraturas ósseas.