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Professores alertam sobre impactos do fogo na saúde mental de crianças em Corumbá

Incêndios no Pantanal causaram evacuação da Escola Jatobazinho e sintomas de saúde entre alunos, além de preocupantes mudanças comportamentais.

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Alunos estudam na biblioteca da Escola Municipal Rural Polo Paraguai Mirim Extensão Jatobazinho em Corumbá (MS) (Foto: Reprodução)
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  • A Escola Jatobazinho, no Pantanal, foi evacuada em junho de 2024 devido a incêndios florestais próximos.
  • A situação se agravou desde maio, com a ocorrência de focos de incêndio na região.
  • Aproximadamente 2,6 milhões de hectares do Pantanal foram afetados, impactando a saúde dos alunos, que apresentaram sintomas como dores de cabeça e dificuldades respiratórias.
  • Mudanças comportamentais foram observadas nas crianças, que começaram a normalizar a destruição, brincando com cinzas e desenhando cenas de incêndio.
  • A equipe pedagógica busca conscientizar os alunos sobre a importância do bioma e a necessidade de preservação, especialmente em tempos de mudanças climáticas.

A Escola Jatobazinho, situada no Pantanal, enfrentou uma grave crise em 2024 devido a incêndios florestais que ameaçaram a segurança de seus 55 alunos. A evacuação da escola ocorreu em junho, quando os bombeiros alertaram sobre o risco iminente de fogo. A professora Larissa Paula Costa Mota relatou que a situação se agravou desde maio, quando os primeiros focos de incêndio foram registrados.

Os efeitos das queimadas têm sido devastadores. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais indicam que 2,6 milhões de hectares do Pantanal foram afetados, representando 17% da área total do bioma. Os alunos apresentaram sintomas como dores de cabeça e dificuldades respiratórias, enquanto a equipe pedagógica buscava formas de amenizar o sofrimento, utilizando chás naturais.

Mudanças Comportamentais

Além dos problemas de saúde, a convivência com o fogo alterou o comportamento das crianças. Algumas passaram a brincar com cinzas e desenhar cenas de destruição, normalizando a devastação. Larissa expressou preocupação com essa aceitação do fogo como parte da vida cotidiana, ressaltando que não desejam que as crianças vejam a destruição como algo comum.

A escola, que opera em regime de semi-internato, atende crianças de comunidades ribeirinhas, onde a relação com a natureza é fundamental para a subsistência. A coordenadora pedagógica, Carolina Pio Fracaro, destacou a importância de educar os alunos sobre o Pantanal e a necessidade de cuidar do bioma, especialmente em tempos de mudanças climáticas.

Desafios e Esperanças

A comunicação com as famílias é um desafio, devido à localização remota das comunidades. Muitas vivem em vulnerabilidade, com acesso limitado a água potável e serviços de saúde. O presidente da Associação Pedagogia de Emergência no Brasil, Reinaldo Nascimento, enfatizou a importância de entender as reações emocionais das crianças após experiências traumáticas, como incêndios.

Com a chegada das chuvas no final de 2024, a paisagem começou a se recuperar, mas as árvores ainda não se restabeleceram completamente. Carolina observou que, apesar da melhora, a fauna local ainda não retornou. O foco da equipe pedagógica agora é reforçar a consciência ambiental entre os alunos, promovendo um entendimento mais profundo sobre a importância do Pantanal e a necessidade de preservá-lo.

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