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Edifícios vivos e autorreparáveis transformam a arquitetura moderna com inovação

Pesquisadores da UE criam materiais de construção a partir de micélio, com potencial para reduzir emissões de carbono e resíduos na construção civil

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Materiais autorreparáveis desenvolvidos a partir de hongos expostos em uma instalação na Bienal de Veneza (Foto: Reprodução)
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  • Pesquisadores da União Europeia estão desenvolvendo materiais de construção a partir do micélio de fungos, no projeto chamado Fungateria.
  • Esses materiais, conhecidos como engineered living materials (ELM), têm a capacidade de crescer, se reparar e se adaptar ao ambiente.
  • O professor Han Wösten, da Universidade de Utrecht, prevê que em dez anos poderemos ver edifícios construídos com esses materiais.
  • Os ELM podem absorver dióxido de carbono (CO₂) e ajudar a limpar o ar, contribuindo para a redução das emissões de carbono na construção civil.
  • O desafio é controlar o crescimento do micélio para garantir a segurança das estruturas, utilizando métodos como luz e temperatura.

Investigadores da União Europeia estão desenvolvendo materiais de construção inovadores a partir do micélio de fungos, com potencial para revolucionar a arquitetura. O projeto, denominado Fungateria, visa criar materiais vivos que podem se adaptar ao ambiente e até se reparar sozinhos. O professor Han Wösten, da Universidade de Utrecht, destaca que em dez anos, poderemos ver os primeiros edifícios construídos com esses materiais.

Esses novos materiais, conhecidos como engineered living materials (ELM), combinam micélio com bactérias, resultando em estruturas que podem crescer e se regenerar. Diferentemente do concreto e do plástico, os ELM têm a capacidade de absorver CO₂ e até limpar o ar, contribuindo para a redução das emissões de carbono na construção civil. O setor é responsável por mais de um terço dos resíduos na UE e as emissões de gases de efeito estufa provenientes da construção representam entre 5% e 12% do total nacional.

Potencial e Desafios

Os pesquisadores estão explorando como esses materiais podem ser utilizados para criar paredes que se consertam e ladrilhos que interagem com o ambiente. Wösten afirma que já é possível fabricar produtos como painéis de isolamento a partir de redes fúngicas. O desafio, no entanto, é controlar o crescimento do micélio para garantir a segurança das estruturas. Métodos como o uso de luz e temperatura são empregados para regular esse crescimento.

O professor Phil Ayres, da Real Academia Dinamarquesa de Arquitetura, ressalta que a aceitação de materiais vivos na construção será gradual. Ele acredita que, ao considerar edifícios como organismos vivos, podemos desenvolver uma arquitetura mais conectada com a natureza. O uso de fungos na construção pode transformar resíduos agrícolas em materiais de construção, promovendo uma abordagem mais sustentável.

Futuro Sustentável

Os pesquisadores já demonstraram que o micélio pode sobreviver em condições adversas, como altas temperaturas e secas, o que indica sua resiliência às mudanças climáticas. A expectativa é que, no futuro, edifícios sejam construídos com uma estrutura de madeira, cercada por fungos que crescem de maneira controlada. Essa abordagem não apenas reduz resíduos, mas também promove uma arquitetura viva, que se integra aos ecossistemas locais.

As pesquisas estão sendo financiadas pelo programa Horizon da UE, que busca soluções inovadoras para os desafios ambientais atuais. A iniciativa Fungateria representa um passo significativo em direção a uma construção mais sustentável e inteligente, alinhada com as necessidades do planeta.

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