- O FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) planeja aprovar o leucovorin como tratamento para uma fração específica de pessoas autistas.
- O uso do medicamento será restrito a 7 a 30% dos autistas que apresentam baixos níveis de folato.
- O chefe do FDA, Martin Makary, afirmou que o leucovorin pode beneficiar centenas de milhares de crianças com autismo, mas especialistas alertam que a base científica é frágil.
- Estudos clínicos mostraram melhorias em interações sociais e habilidades linguísticas, mas as amostras foram pequenas e os resultados, subjetivos.
- A falta de dados robustos dificulta a orientação sobre dosagem e duração do tratamento, e a expectativa de que o leucovorin seja uma solução única é considerada irrealista.
Leucovorin pode se tornar uma opção de tratamento para uma fração específica de pessoas autistas, conforme anunciado pelo FDA. O medicamento, um derivado do ácido fólico, será aprovado, mas sua utilização será limitada a 7 a 30% dos autistas que apresentam baixos níveis de folato. Essa decisão gerou incertezas entre as famílias sobre a eficácia e a acessibilidade do tratamento.
O chefe do FDA, Martin Makary, afirmou que o leucovorin pode beneficiar “centenas de milhares de crianças” com autismo. No entanto, especialistas alertam que a base científica para essa afirmação ainda é frágil. A eficácia do medicamento não foi comprovada em estudos amplos, e não há consenso sobre a dosagem ou a forma de administração. Além disso, dados sobre a segurança do uso em crianças são escassos.
Catherine Lord, psicóloga da Universidade da Califórnia, Los Angeles, mencionou que muitas famílias estão confusas e questionam como proceder. A expectativa gerada pela administração de Donald Trump pode levar a mal-entendidos sobre o que o tratamento realmente oferece. Rebecca Schmidt, epidemiologista molecular da Universidade da Califórnia, Davis, enfatizou que o leucovorin não é uma cura mágica e não se aplica a todos os casos de autismo.
Embora existam estudos clínicos que indicam melhorias em interações sociais e habilidades linguísticas em crianças tratadas com leucovorin, as amostras foram pequenas e os resultados, em parte, subjetivos. Dan Rossignol, médico familiar, destacou que, apesar das limitações, alguns estudos mostraram efeitos positivos significativos, mas mais pesquisas são necessárias para entender melhor quem pode se beneficiar.
O FDA ainda não finalizou a aprovação do leucovorin, e a falta de dados robustos dificulta a orientação dos médicos sobre a dosagem e a duração do tratamento. Alycia Halladay, da Autism Science Foundation, alertou que a complexidade do autismo implica que não existe uma solução única. A expectativa de que o leucovorin seja uma panaceia é irrealista, e a comunidade científica continua a buscar respostas mais definitivas sobre o tratamento.