- Pesquisadores descobriram que as ondas de calor em rios estão se tornando mais frequentes e duradouras, com um aumento significativo desde mil novecentos e oitenta.
- Um estudo analisou mil quatrocentos e setenta e um cursos fluviais nos Estados Unidos e constatou que esses eventos agora duram, em média, sete dias, quase o dobro das ondas de calor no ar, que duram cerca de quatro dias.
- A professora Li, da Universidade Estadual da Pensilvânia, explica que a água tem uma memória térmica maior que o ar, mantendo temperaturas elevadas por mais tempo.
- Desde mil novecentos e oitenta, o número de dias em que a temperatura da água ultrapassa vinte graus Celsius aumentou em onze dias.
- O estudo indica que oitenta e dois por cento dos rios analisados apresentaram aumento no estresse térmico, afetando a vida aquática, especialmente peixes de sangue frio.
Pesquisadores revelaram que as ondas de calor em rios estão se tornando mais frequentes e duradouras, com um aumento significativo desde 1980. Um estudo analisou 1.471 cursos fluviais nos Estados Unidos e constatou que esses eventos extremos agora duram, em média, 7,2 dias, quase o dobro do tempo das ondas de calor atmosféricas, que duram cerca de quatro dias.
Os cientistas destacam que, enquanto os rios costumavam ser considerados refúgios climáticos, essa percepção está mudando. A professora Li, da Universidade Estadual da Pensilvânia, explica que a água tem uma memória térmica maior que o ar, o que significa que, uma vez aquecida, a temperatura dos rios tende a se manter elevada por mais tempo. Desde 1980, o número de dias em que a temperatura da água ultrapassa 20ºC, considerado crítico para muitas espécies aquáticas, aumentou em 11,6 dias.
Impactos no Ecossistema
A pesquisa também revela que 82% dos rios analisados apresentaram aumento nos episódios de estresse térmico, afetando a vida aquática, especialmente peixes de sangue frio, como as truchas. O estudo sugere que o aquecimento global e a diminuição da cobertura de neve estão contribuindo para essa situação, dificultando o resfriamento dos rios.
Além disso, fatores humanos, como a construção de presas, têm prolongado a duração das ondas de calor. Por outro lado, a agricultura tem mitigado esses efeitos em algumas áreas, ao proporcionar um ambiente mais fresco devido à irrigação.
Perspectivas Globais
Embora os dados sejam baseados em rios dos Estados Unidos, especialistas acreditam que o fenômeno é global. Na Europa, estudos parciais indicam tendências semelhantes, com eventos de calor extremo impactando a biodiversidade aquática. Pesquisas anteriores em rios suíços mostraram que as ondas de calor podem causar mudanças irreversíveis nos ecossistemas, afetando a decomposição de matéria orgânica e, consequentemente, toda a cadeia alimentar aquática.
Os resultados deste estudo ressaltam a necessidade de monitoramento contínuo e ações para mitigar os efeitos das ondas de calor nos rios, que estão se tornando cada vez mais críticos em um cenário de mudanças climáticas.