- Pesquisadores registraram a cópula de tubarões-leopardo (Stegostoma tigrinum) em ambiente natural pela primeira vez.
- O evento ocorreu na Nova Caledônia, a 15 quilômetros da costa, envolvendo dois machos e uma fêmea.
- A cópula foi breve, com o primeiro macho copulando por sessenta e três segundos e o segundo por quarenta e sete segundos.
- O estudo, liderado pelo biólogo marinho Hugo Lassauce, pode ajudar na conservação da espécie, que é considerada ameaçada de extinção.
- Cientistas planejam investigar a diversidade genética da espécie para entender melhor a dinâmica populacional e os padrões de acasalamento.
Uma equipe internacional de pesquisadores registrou, pela primeira vez, a cópula de tubarões-leopardo (Stegostoma tigrinum) em ambiente natural. O feito, publicado no Journal of Ethology, ocorreu na Nova Caledônia, a 15 quilômetros da costa, e envolveu dois machos e uma fêmea.
O estudo foi liderado pelo biólogo marinho Hugo Lassauce, da Universidade da Sunshine Coast (UniSC), em colaboração com o Aquário de Lagons. Os tubarões permaneceram quase imóveis no fundo do mar antes de ascender para a cópula, que foi breve: o primeiro macho copulou por 63 segundos e o segundo, por 47 segundos. Essa observação é um marco, já que o comportamento reprodutivo da espécie era pouco conhecido em seu habitat natural.
Os dados coletados indicam que a região da Nova Caledônia pode ser um habitat crítico para a reprodução do tubarão-leopardo, que está listado como ameaçado de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A maior parte das pesquisas anteriores sobre a espécie foi realizada em cativeiro, deixando lacunas sobre seu comportamento em liberdade.
Implicações para a Conservação
A descoberta é considerada um avanço significativo para as estratégias de conservação. Segundo a pesquisadora Christine Dudgeon, os dados obtidos podem ajudar a entender melhor a dinâmica populacional e os padrões de acasalamento da espécie. Isso é essencial para a formulação de políticas de manejo e recuperação populacional.
Os cientistas planejam aprofundar os estudos sobre a diversidade genética do tubarão-leopardo, buscando determinar quantos machos contribuem para a prole de cada fêmea. Os resultados poderão subsidiar pesquisas sobre inseminação artificial e programas de reintrodução em ambientes naturais, já em andamento na Austrália. A observação de acasalamento na natureza é rara e, para os pesquisadores, foi um momento de celebração e esperança para a conservação da espécie.