- A COP30 em Belém está marcada para acontecer em menos de 50 dias.
- Cinquenta e três países já apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
- O Brasil reafirmou sua meta de reduzir emissões entre 59% e 67% até 2035.
- O prazo para entrega das NDCs foi prorrogado até setembro, após expirar em fevereiro.
- Especialistas criticam a meta brasileira, afirmando que ela não é suficiente para atender ao limite de 1,5°C do Acordo de Paris.
A menos de 50 dias para a COP30 em Belém, 53 países já apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que definem metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. O Brasil, que reafirmou sua meta de reduzir entre 59% e 67% até 2035, é um dos signatários que entregou sua proposta.
O aumento no número de NDCs se deu após a Semana Climática em Nova York, que ocorre até 28 de setembro. Desde o início do recolhimento em janeiro de 2024, países como Estados Unidos, Canadá e Japão também enviaram suas metas. Doze nações encaminharam suas NDCs durante o evento em Nova York, incluindo Micronésia, Mongólia e Paquistão. Apesar do avanço, o grupo de 53 compromissos representa menos da metade das 195 nações signatárias do Acordo de Paris.
O prazo original para a entrega das NDCs expirou em fevereiro, mas foi prorrogado até setembro. A União Europeia, que ainda não apresentou uma meta climática definida, enfrenta críticas após sua atuação na COP29. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso na Assembleia-Geral da ONU, destacou a importância da meta brasileira, mas especialistas questionam sua adequação ao limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris.
Alexandre Prado, líder de mudanças climáticas do WWF-Brasil, afirmou que a flexibilidade da banda de 59% a 67% gera desconforto, pois não fixa um valor único. Ele ressaltou que, embora o Brasil esteja liderando a pressão sobre outros países, a meta precisa ser mais ambiciosa para alinhar-se ao objetivo de limitar o aquecimento global. O Observatório do Clima também criticou as metas, afirmando que estão desalinhadas com compromissos anteriores do Brasil, como o de zerar o desmatamento até 2030.