- Durante a Semana do Clima de Nova York, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura apresentou dez propostas para descarbonização do setor agropecuário.
- Foi anunciado um investimento de um bilhão de dólares para o Fundo para Florestas Tropicais, com foco na conservação ambiental.
- As propostas visam combater o desmatamento, restaurar ecossistemas e promover práticas de agricultura regenerativa.
- O setor de uso da terra é responsável por até vinte e um por cento das emissões globais de gases de efeito estufa na última década.
- A Coalizão, composta por mais de quatrocentas organizações, busca mobilizar governos, setor privado e sociedade civil para uma transição sustentável.
Durante a Semana do Clima de Nova York, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura apresentou 10 propostas para a descarbonização do setor agropecuário e anunciou um investimento de US$ 1 bilhão para o Fundo para Florestas Tropicais. O objetivo é enfrentar os desafios do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa no Brasil, que é um dos principais emissores globais.
As propostas incluem ações para o combate ao desmatamento, restauração de ecossistemas e adoção de práticas de agricultura regenerativa. O setor de uso da terra é responsável por até 21% das emissões globais de gases de efeito estufa na última década. A Coalizão, composta por mais de 400 organizações, busca mobilizar governos, setor privado e sociedade civil para uma transição sustentável.
Carolle Alarcon, gerente executiva da Coalizão, destacou que este movimento é apenas o começo e que a urgência é evidente. A especialista Leila Harfuch, membro do Grupo Estratégico da Coalizão, enfatizou a necessidade de políticas que combinem ações de controle do desmatamento com mecanismos que recompensem a conservação e a restauração florestal.
Propostas e Eixos de Ação
O Brasil anunciou um investimento de US$ 1 bilhão para o recém-lançado Fundo para Florestas Tropicais, um passo significativo para a conservação ambiental. As ações estão organizadas em três eixos principais:
1. Gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade:
- Aumentar investimentos para controlar e reverter o desmatamento.
- Promover a restauração de paisagens em larga escala.
- Ampliar mecanismos de pagamentos por serviços ambientais.
2. Transformação da agricultura e sistemas alimentares:
- Recuperar áreas degradadas e ampliar sistemas agropecuários de baixo carbono.
- Implementar sistemas alimentares mais resilientes e sustentáveis.
3. Catalisadores e aceleradores:
- Definir padrões globais para finanças agrícolas sustentáveis.
- Reconhecer a bioeconomia como estratégia global para o desenvolvimento sustentável.
Karen Oliveira, cofacilitadora da Coalizão, ressaltou a necessidade urgente de mobilizar investimentos em larga escala para enfrentar a emergência climática. O Brasil possui projetos prontos para receber recursos, mas é crucial facilitar o acesso a esses financiamentos.
Desafios e Oportunidades
Leila Harfuch apontou que o principal desafio é a mobilização de recursos, uma vez que as propostas exigem investimentos de longo prazo. Fernando Sampaio, cofacilitador da Coalizão, destacou o potencial do Brasil na segurança alimentar e na transição para uma economia verde, mencionando práticas já consolidadas que podem ser escaladas.
O cenário atual apresenta uma oportunidade única para o Brasil liderar a agenda de uso da terra e desmatamento, aproveitando suas políticas públicas bem-sucedidas. Mauricio Voivodic, do WWF-Brasil, concluiu que o país pode inspirar outras nações com suas iniciativas de descarbonização e combate ao desmatamento.