- A Iniciativa Rios da Onça-Pintada foi lançada na Semana do Clima de Nova York.
- O projeto visa criar corredores ecológicos em 2,5 milhões de quilômetros quadrados na América do Sul.
- O foco está na restauração da biodiversidade e na proteção da onça-pintada, que enfrenta um declínio populacional significativo.
- A iniciativa é idealizada pela conservacionista Kris Tompkins e será conduzida por quatro organizações sem fins lucrativos de Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai.
- No Brasil, a área abrangida será de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, concentrada no Pantanal e na Mata Atlântica.
A Iniciativa Rios da Onça-Pintada foi lançada na Semana do Clima de Nova York, com o objetivo de criar corredores ecológicos em 2,5 milhões de km² na América do Sul. O projeto visa restaurar a biodiversidade e proteger a onça-pintada, maior felino das Américas, que enfrenta um declínio populacional alarmante devido à perda de habitat e fragmentação.
A iniciativa, idealizada pela conservacionista Kris Tompkins, será conduzida por quatro organizações sem fins lucrativos, representando Brasil, Argentina, Bolívia e Paraguai. O foco está na bacia do rio Paraná, utilizando os rios Paraguai, Iguaçu, Paraná, Pilcomayo e Bermejo como conectores para a circulação de espécies. O projeto divide o território em quatro categorias: “arcas”, zonas de amortecimento, “trampolins” e rios com alagados.
No Brasil, a área abrangida será de 1,2 milhão de km², concentrada no Pantanal e na Mata Atlântica, onde a onça-pintada está criticamente ameaçada. Estima-se que a população da espécie tenha caído 30% nos últimos 27 anos, e um declínio semelhante pode ocorrer nas próximas três décadas. O ICMBio classifica a onça-pintada como vulnerável à extinção, com as principais ameaças sendo a expansão agrícola, mineração e caça.
Corredores Ecológicos
Os corredores ecológicos na Mata Atlântica serão localizados na região do Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina. A intenção é conectar áreas de conservação para aumentar a diversidade genética das onças. O projeto também busca envolver comunidades locais, promovendo uma economia de natureza por meio do ecoturismo.
Os recursos para a execução do projeto devem vir de uma campanha de financiamento privado, com compromissos já firmados que totalizam US$ 28 milhões. Esse valor representa cerca de um terço do orçamento operacional para os primeiros três anos. A iniciativa não apenas visa proteger a onça-pintada, mas também restaurar a biodiversidade como um todo, incluindo espécies-chave como ariranhas e antas.