- O inverno de 2025 foi considerado normal em termos de temperatura, mas a sensação de frio foi intensa em São Paulo e no Rio de Janeiro.
- Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que as temperaturas estiveram dentro da média esperada.
- A memória térmica curta da população, acostumada com invernos quentes em 2023 e 2024, contribuiu para essa percepção.
- No Espírito Santo, as temperaturas mínimas chegaram a 15,5°C, enquanto em São Paulo e no Rio de Janeiro foram registradas 13,3°C e 15,4°C, respectivamente.
- A região Sudeste enfrenta uma crise hídrica, com reservatórios em níveis críticos, e o Sistema Cantareira operando a apenas 30% de sua capacidade.
O inverno de 2025 terminou recentemente, e muitos moradores de São Paulo e do Rio de Janeiro relataram uma sensação de frio intenso. No entanto, dados dos principais centros de pesquisa climática do Brasil indicam que as temperaturas estiveram dentro da média esperada para a estação. A percepção de um inverno mais frio pode ser atribuída à “memória térmica” curta da população, que se acostumou com os invernos excepcionalmente quentes de 2023 e 2024.
No Espírito Santo, as temperaturas mínimas foram as mais baixas da década, alcançando 15,5°C, enquanto em São Paulo e no Rio de Janeiro, os termômetros marcaram 13,3°C e 15,4°C, respectivamente. Apesar de algumas regiões terem registrado temperaturas mais baixas, o inverno de 2025 foi considerado o terceiro mais quente da década em Minas Gerais. Glauber Ferreira, cientista atmosférico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirma que o ano foi normal em termos de climatologia, mas a comparação com os invernos anteriores gerou uma falsa impressão de frio.
Crise Hídrica
A situação hídrica na região Sudeste também é preocupante. Os reservatórios estão em níveis críticos, com o Sistema Cantareira, que abastece São Paulo, operando a apenas 30% de sua capacidade, o pior nível desde 2025. A falta de chuvas no início do ano contribuiu para essa crise, levando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a aumentar o período de redução da pressão da água na distribuição.
Caroline Vidal, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), explica que a oscilação climática deste ano foi influenciada por fenômenos como o El Niño e o La Niña, que afetam as frentes frias. Embora as temperaturas tenham sido mais baixas em algumas localidades, a tendência de longo prazo aponta para um aumento das temperaturas e uma diminuição das chuvas na região.
Eventos Climáticos Extremos
Além da crise hídrica, a região metropolitana de São Paulo enfrentou uma tempestade que deixou mais de 550 mil imóveis sem energia devido a danos na rede elétrica. Eventos climáticos extremos, embora não diretamente relacionados às médias de chuvas, estão se tornando mais frequentes no Sudeste do Brasil, refletindo os impactos das mudanças climáticas.