- A Motiva, anteriormente conhecida como CCR, mapeou riscos climáticos em seus ativos.
- Foram desenvolvidos quatro mil oitocentos e sessenta planos de adaptação para enfrentar ameaças como tempestades, inundações e ondas de calor.
- O mapeamento abrange mais de quatro mil quilômetros de rodovias, 120 estações de trens e 17 terminais aeroportuários.
- A empresa estima que o custo de inação pode ser até cinco vezes maior que o investimento em adaptações.
- A estratégia inclui parcerias para acesso a previsões climáticas e um acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para alertas sobre deslizamentos e inundações.
Desde 2023, a Motiva, anteriormente conhecida como CCR, tem se preparado para os desafios impostos pelas mudanças climáticas em suas operações de mobilidade e infraestrutura urbana. A empresa anunciou um mapeamento abrangente de riscos climáticos em seus ativos, revelando 4.860 planos de adaptação desenvolvidos para enfrentar ameaças como tempestades, inundações e ondas de calor.
O mapeamento, realizado em todos os ativos da companhia, foi concluído com a meta de identificar áreas críticas entre mais de 4 mil quilômetros de rodovias, 120 estações de trens e 17 terminais aeroportuários. Para isso, foram considerados dois cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que preveem um aumento de temperatura entre 3 °C e 7 °C até 2050. A Motiva também avaliou o impacto financeiro de eventos climáticos, constatando que o custo de inação pode ser até cinco vezes maior do que o investimento em adaptações.
As tempestades foram identificadas como a principal ameaça para os negócios da Motiva, com inundações fluviais e deslizamentos de terra se destacando nas rodovias. Nos aeroportos e trilhos, as ondas de calor também foram consideradas um risco significativo. As medidas de adaptação incluem a aplicação de tinta branca nos trilhos para refletir o sol e evitar danos, além de melhorias na drenagem e adequações em aeroportos para chuvas intensas.
Estratégia de Resiliência
A estratégia de resiliência climática da Motiva é pioneira no setor e se divide em duas frentes. A primeira se concentra no mapeamento de riscos e na estimativa de custos financeiros, seguindo as diretrizes da Task Force on Climate Related Financial Disclosures (TCFD). A segunda utiliza informações meteorológicas para a gestão operacional, com parcerias que garantem acesso a previsões climáticas e relatórios diários.
A empresa também mantém um acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) para receber alertas sobre deslizamentos e inundações. Com isso, a Motiva busca integrar sua agenda de adaptação climática à sua estratégia de sustentabilidade, que inclui a meta de reduzir 59% das emissões de escopo 1 e 2 até 2033 e alcançar a neutralidade de carbono até 2035.
Os próximos passos da Motiva incluem priorizar ações de adaptação e incorporá-las aos investimentos futuros, com a expectativa de finalizar essa etapa até o primeiro trimestre de 2026. A empresa se prepara também para atender às normas IFRS S2, que exigem a divulgação de riscos climáticos, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade e a resiliência frente às mudanças climáticas.