- O Brasil registrou 2,3 milhões de casos prováveis de dengue em apenas dois meses de 2024, um recorde histórico.
- O aquecimento global e as mudanças climáticas estão contribuindo para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
- Temperaturas entre 20 °C e 29 °C aceleram o ciclo de vida do mosquito, aumentando a transmissão do vírus.
- Regiões antes consideradas de baixo risco, como áreas montanhosas no Sul do Brasil, começaram a registrar casos de transmissão local.
- Especialistas sugerem ações como eliminar água parada e usar repelentes, além de monitoramento climático e liberação de mosquitos com a bactéria Wolbachia para reduzir a transmissão.
O Brasil enfrenta um surto alarmante de dengue, com 2,3 milhões de casos prováveis registrados em apenas dois meses de 2024, um número recorde. A situação é agravada pelo aquecimento global, que favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
O aumento das temperaturas entre 20 °C e 29 °C acelera o ciclo de vida do mosquito, permitindo que ele se reproduza e transmita o vírus mais rapidamente. Um aumento de apenas 2 °C pode resultar em um crescimento de 18% nos casos de dengue. Além disso, a combinação de calor intenso com chuvas fortes e fenômenos climáticos como o El Niño intensifica o problema.
Expansão da Doença
Regiões antes consideradas de baixo risco, como áreas montanhosas no Sul do Brasil, começaram a registrar casos de transmissão local. A dengue, que já era uma preocupação em países tropicais, agora também é uma ameaça em nações europeias, como França e Itália, onde foram confirmados casos autóctones.
As consequências são visíveis: hospitais estão lotados, e há um aumento significativo na demanda por atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A pressão sobre os sistemas de saúde se torna insustentável, refletindo a urgência da situação.
Caminhos para a Solução
Especialistas, como a professora Maria Anice Mureb, da USP, sugerem que as soluções vão desde ações simples, como eliminar água parada e usar repelentes, até estratégias mais avançadas. A monitorização do clima para prever surtos e a liberação de mosquitos com a bactéria Wolbachia, que reduz a transmissão do vírus, são algumas das alternativas em discussão.
Com a mudança climática em curso, a dengue se torna um exemplo claro de como a crise ambiental impacta a saúde pública. O desafio é integrar a prevenção comunitária, inovações científicas e políticas públicas para conter a proliferação do Aedes aegypti e proteger a população.