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O que é o Pix do Clima? Entenda projeto que busca ressarcir nações afetadas pelo aquecimento global

A possível solução para mitigar os efeitos das mudanças climáticas foi idealizada por vencedores do prêmio Nobel

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Enchentes e outros desastres naturais são algumas das consequências do aquecimento global - Foto: UNICEF/Akash
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  • A COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, começou em Belém no dia 10 de novembro.
  • O evento discute a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas e busca cooperação entre países para um futuro sustentável.
  • Uma das propostas apresentadas é o “Pix do Clima”, idealizado pela economista Esther Duflo e outros especialistas.
  • O projeto prevê que países ricos mantenham um fundo financeiro para ajudar diretamente pessoas em nações mais afetadas pelas mudanças climáticas.
  • Para implementar a proposta, seriam necessários cerca de US$ 725 bilhões, valor inferior aos prejuízos já enfrentados, estimados em US$ 1,8 trilhão.

A COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, começou nesta segunda-feira, 10 de novembro, em Belém com o objetivo de discutir o avanço das mudanças climáticas e buscar formas de cooperação entre os países para garantir um futuro sustentável à humanidade

Em muitas dessas conferências, o foco foi negociar maneiras de evitar que a temperatura global atinja 1,5°C, limite considerado o ponto de não retorno, em que o planeta passaria por mudanças em efeito cascata que inviabilizariam a sobrevivência humana

Porém, esta é uma das primeiras conferências a concentrar esforços em adaptar o mundo aos efeitos já inevitáveis das mudanças climáticas e procurar formas de garantir a sobrevivência humana, em vez de apenas tentar evitar este ponto de não retorno, hoje visto como praticamente inalcançável. Nesse contexto, surgiu a proposta do chamado “Pix do Clima”

O que é o Pix do Clima?

Idealizado sob o nome “Just Economics”, mas conhecido no Brasil como “Pix do Clima”, o projeto foi criado pela economista francesa Esther Duflo, ganhadora do Prêmio Nobel de Economia de 2019, em parceria com seu marido, o também economista indiano Abhijit Banerjee, e com o americano Michael Greenstone, ex-conselheiro de Barack Obama. A proposta será apresentada por meio da plataforma [Fairclimate.earth](http://Fairclimate.earth)

O projeto prevê que os países mais ricos mantenham um fundo financeiro para ajudar diretamente pessoas de nações mais afetadas pelas mudanças climáticas, por meio de transferências bancárias regulares, permitindo que elas custeiem os impactos causados pelo aquecimento global

Já os países de renda média, que também enfrentam os efeitos do aquecimento global como enchentes e longos períodos de calor extremo, receberiam transferências pontuais, e não regulares, como previsto para as nações mais vulneráveis

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Duflo afirmou que o dinheiro poderia ser usado, por exemplo, para compensar horas de trabalho perdidas durante catástrofes naturais ou interrupções provocadas por condições climáticas extremas decorrentes das mudanças climáticas

O principal ponto da iniciativa é desenvolver um modelo economicamente viável, politicamente duradouro e socialmente justo, que consiga reunir recursos em grande escala sem deixar de preservar a autonomia das pessoas que enfrentam os efeitos do clima em sua rotina.

No entanto, os países que adotarem o benefício também deverão assumir compromissos em favor da sustentabilidade global, como a taxação das emissões de carbono, uma cobrança semelhante a um imposto proporcional à quantidade de CO₂ liberado na atmosfera.

Questionada sobre quem arcaria com os custos, Duflo afirmou à Folha de S.Paulo que seria preciso chegar a um acordo, mas destacou que o principal foco do projeto é a agilidade, já que outros fundos, como o Green Climate Fund e o Adaptation Fund, costumam ser mais lentos

Segundo estudos conduzidos por Esther Duflo e sua equipe do J-PAL, centro de pesquisas do MIT, seriam necessários cerca de US$ 725 bilhões (R$ 3,8 trilhões) para que a proposta funcione, um valor menor que os prejuízos de aproximadamente US$ 1,8 trilhão (R$ 9,5 trilhões) que esses países já enfrentam.

O projeto está planejado para ser lançado oficialmente na COP30 nesta terça-feira, 11 de novembro.

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