- A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) começou hoje, 10 de novembro, em Belém, Pará, e vai até 21 de novembro.
- O evento reúne líderes mundiais, representantes da sociedade civil e cientistas para discutir ações contra as mudanças climáticas.
- Esta é a primeira vez que o Brasil sedia a conferência, cuja escolha foi definida na COP28, em dezembro de 2023, em Dubai.
- A COP30 marca os dez anos do Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a menos de 1,5°C.
- O Brasil deve buscar avanços no financiamento climático global, após resultados insatisfatórios na COP29, onde apenas US$ 300 bilhões foram alcançados de uma meta de US$ 1,3 trilhão anuais.
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) começou hoje (10) e vai até o dia 21 de novembro, em Belém, capital do Pará. O evento, realizado anualmente, reúne líderes mundiais, representantes da sociedade civil e cientistas com o objetivo de discutir o futuro do planeta e propor ações concretas para combater as mudanças climáticas.
A COP teve origem na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, quando foi firmada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Por meio desse tratado, diversos países se comprometeram a controlar e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
A primeira edição da conferência ocorreu em 1995, em Berlim, na Alemanha. Esta é a primeira vez na história que o Brasil sedia o evento. A escolha de Belém foi definida por consenso durante a COP28, realizada em dezembro de 2023, em Dubai.
Antes da abertura oficial, os líderes globais participaram da Cúpula dos Líderes, que ocorreu nos dias 6 e 7 de novembro. A COP30 marca também os 10 anos do Acordo de Paris, em que os países assumiram o compromisso de limitar o aquecimento médio global a menos de 1,5°C.
**Por que é importante limitar o aquecimento a 1,5°C**
O limite de 1,5°C foi definido porque, quanto menor o aumento da temperatura, menores serão os riscos e os impactos para o planeta. Esse teto busca preservar as condições de vida de bilhões de pessoas, especialmente aquelas que vivem em regiões mais vulneráveis.
De acordo com a ONU, mesmo no cenário mais otimista, a chance de manter o aquecimento dentro desse limite é de apenas 14%. As projeções indicam que a temperatura média global pode aumentar entre 2,5°C e 2,9°C até o fim do século.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mesmo com o aumento de 1,5°C, cerca de 1 bilhão de pessoas poderão enfrentar escassez de água e processos de desertificação. Seriam necessários gastos estimados em US$ 63 bilhões para adaptação e compensação de danos às principais culturas agrícolas, além de 14% das espécies entrarem em risco de extinção.
Caso o limite seja ultrapassado, as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida Ocidental podem entrar em colapso, elevando o nível do mar e alterando as correntes oceânicas, o que agravaria ainda mais a crise climática global.
**Outros desafios da COP30**
- Financiamento climático
- Revisão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)
- Potencial do Brasil para se tornar um dos maiores exportadores de produtos de baixo carbono
- Envolvimento e participação social
- Desenvolvimento sustentável e justiça climática
**O que se espera do Brasil na COP30**
Após o resultado considerado insatisfatório da COP29, realizada no Azerbaijão — quando a meta era viabilizar cerca de US$1,3 trilhão anuais, mas apenas US$300 bilhões foram alcançados, o Brasil assumiu a responsabilidade de buscar avanços mais expressivos no financiamento climático global. Espera-se que o país lidere iniciativas e promova acordos mais ambiciosos em comparação com as conferências anteriores.