- O “Mapa do Caminho” é um termo em destaque na COP30, referindo-se ao acordo de abandono dos combustíveis fósseis.
- Na COP28, foi firmado um compromisso para a transição em direção ao fim desses combustíveis, mas sem detalhes sobre a implementação.
- A COP29, realizada no Azerbaijão, não trouxe avanços significativos sobre o tema.
- Um grupo de cerca de 80 países propôs a criação do “Mapa do Caminho” para pressionar líderes a estabelecer um roteiro claro para a transição energética.
- Mais de 30 países, incluindo Alemanha, França, Reino Unido e Colômbia, enviaram uma carta à Presidência da COP30, ameaçando não apoiar um texto final que não inclua essa proposta.
Na COP30, nenhuma expressão tem sido tão comentada quanto o “Mapa do Caminho” (ou *Roadmap*, no original em inglês). O termo carrega a ideia de tirar planos políticos do papel e, nesse caso, se refere ao acordo de abandono dos combustíveis fósseis.
Para entender a importância deste mapa, é preciso voltar para a COP 28. Em 2023, a conferência terminou com um acordo sobre a “transição em direção ao fim dos combustíveis fósseis”. O texto determinava que os países mudassem seus sistemas energéticos “de forma justa, ordenada e equitativa”.
A COP 29, no Azerbaijão, não apresentou qualquer avanço nessa questão. Por isso, agora é a COP 30 que carrega expectativas do avanço desse plano.
O problema é que o acordo não disse como, quando ou quem faria isso primeiro.
E nesse contexto entra o “Mapa do Caminho”. Na terça-feira (18), um grupo com cerca de 80 países defendeu a criação desse mapa. A ideia é usar o documento para pressionar os líderes reunidos na Conferência do Clima a apoiar um roteiro oficial que faça o mundo, de fato, começar a se afastar do petróleo, do carvão e do gás, apontando quem faz cada coisa, até quando e com quais recursos.
No entanto, a inclusão desse direcionamento enfrenta resistência de grandes produtores desses combustíveis. De acordo com o G1, A tensão escalou nesta quinta-feira (20), quando mais de 30 países, incluindo Alemanha, França, Reino Unido e Colômbia, enviaram uma carta à Presidência da COP 30 com um ultimato: não apoiarão qualquer texto final que deixe o “mapa do caminho” de fora.
A cobrança surgiu após circularem rumores sobre uma possível exclusão da proposta e segundo negociadores, algumas delegações chegaram a cogitar abandonar as conversas caso o tema fosse suprimido.
Agora, o sucesso da COP30 depende diretamente do consenso sobre este roteiro, com as negociações sobre o texto final avançando ao longo desta sexta-feira (21).