- Um estudo recente indica que caminhar na natureza pode aumentar a performance cognitiva em até 20%.
- A pesquisa foi conduzida por Marc Berman, professor de psicologia da Universidade de Chicago.
- Em um experimento, estudantes que caminharam em um arboreto tiveram melhor desempenho em testes de atenção e memória em comparação com aqueles que caminharam em áreas urbanas.
- Berman relaciona esses benefícios à teoria da restauração da atenção, que sugere que ambientes naturais ajudam a reabastecer a capacidade de concentração.
- Outros fatores, como qualidade do ar e atividade física, também podem contribuir para os efeitos positivos da natureza sobre a cognição.
Um novo estudo revela que caminhar na natureza pode aumentar a performance cognitiva em até 20%, proporcionando um “descanso” ao cérebro e melhorando sua eficiência. A pesquisa, conduzida por Marc Berman, professor de psicologia da Universidade de Chicago, destaca os benefícios da exposição a ambientes naturais.
Em um experimento realizado em 2008, 38 estudantes da Universidade de Michigan foram divididos em dois grupos. Um grupo caminhou por 4,51 km em um arboreto, enquanto o outro percorreu a mesma distância em áreas urbanas. Os resultados mostraram que aqueles que caminharam na natureza apresentaram um aumento significativo em suas pontuações em testes de atenção e memória, em comparação com o grupo que caminhou na cidade.
Teoria da Restauração da Atenção
Berman atribui esses benefícios à teoria da restauração da atenção, proposta na década de 1980. Essa teoria sugere que a capacidade de concentração é um recurso limitado, que se esgota facilmente. Estar em ambientes naturais, que são “suavemente fascinantes”, ajuda a reabastecer essa capacidade. A natureza estimula a atenção de forma leve, ao contrário dos ambientes urbanos, que exigem vigilância constante e podem ser mais exaustivos.
Pesquisas adicionais indicam que passar pelo menos 10 minutos na natureza pode aliviar sintomas de ansiedade e depressão. Além disso, viver em áreas com mais espaços verdes pode retardar o declínio cognitivo na meia-idade. Embora a teoria da restauração da atenção tenha ganhado destaque, especialistas como Gloria Mark e Amy McDonnell apontam que ainda há questões em aberto sobre os mecanismos exatos que tornam a natureza benéfica para a cognição.
Fatores Contribuintes
Outros fatores, como a qualidade do ar e a atividade física, também podem influenciar os efeitos positivos da natureza. Um estudo recente de McDonnell, que analisou ondas cerebrais após caminhadas em ambientes naturais e urbanos, sugere que o cérebro dos participantes que estiveram na natureza apresentou menos atividade cerebral imediatamente após a caminhada, indicando um descanso cognitivo.
Além disso, a pesquisa aponta que os sinais olfativos e as propriedades físicas dos ambientes naturais, como formas curvas e fractais, podem facilitar o processamento mental. Ruth Garside, professora da Universidade de Exeter, ressalta que a combinação de diversos fatores pode ser a chave para entender os benefícios da natureza sobre a mente humana.